PILEQUE
Agora que tudo acabou
deixo-me a sós.
Quero apenas sair pela casa.
Pelos cantos...
Catar retalhos.
Um laço de fita.
Uma mecha de cabelo.
Meu Deus!...aquela foto!...
O ingresso de Ghost.
O urso de pelúcia.
A flor murcha.
O beijo na guardanapo.
Maldita lágrima...
Resista. Seja homem.
Acabou.
Tenha amor próprio.
Desligo o som?
Não dá....
É My Player.
The Platters.
A garrafa de uísque.
Mais uma dose.
Apago a luz?
Acendo o abajur?
Outra dose.
Minha cabeça rodando...
rodava mais que os casais...
Essa não!...tô bêbado.
Foda-se....
Seu idiota...
Ainda me mato...
Mas de jeito nenhum.
E Laura?
E Marta?
Eles me amam.
E eu aqui !...
Outra dose, imbecil ?!
Claro e por que não?
Ela não vale esta dor.
Vale...Oh meu Deus
Vale sim...e tanto...
Que será de mim?
Puta que pariu!...
O que é que eu faço?
Outra dose?
Obrigado.
Sou tão gentil comigo!
Sou meu amigo.
Sou tão antigo.
Sou meu inimigo.
Sou o quê, afinal de contas?
Sou isto mesmo.
Um fraco.
Eu me rendo.
Sou louco por ti.
Sou teu.
Sou nada.
Sou o que você
quiser que eu seja.
Pelo amor de Deus...
volta.
Não me deixe assim...
E esta noite sem fim...
Me Perdoa.
Volta.
Me aceita.
Bendito cigarro.
Amigo uísque.
Último cigarro.
Última dose.
Volta...
Volta...
Não me deixe num canto
como um brinquedo velho.
Acho que vou vomitar...
Tenho que rir!...
Que cena patética!
Um trapo, um bêbado.
Maldita noite.
Agonia...
Letargia...
E esta tristeza sem fim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário