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18/07/2014

Aécio e Cia. Ltda. estão por ai comemorando os 20 anos do Plano Real. Bom. Mas tem um porém, foi Itamar que lançou a pedra fundamenta do Plano Real, nomeando FHC Ministro da Fazenda. Itamar exigiu de FHC um plano para combater o caos econômico e nele embutido uma solução para conter a hiper-inflação. FHC, que não entende nada de economia, sabiamente convocou alguns economista brilhantes e estes elaboraram o Plano Real. Acontece que os banqueiros, o comércio, a indústria e outros setores fortes da economia ganhavam rios de dinheiro com a inflação galopante. A implantação do Plano Real era uma ameça a seus interesses corporativos. Quem se dava mau era o povo, com a inflação corroendo os salários com a voracidade de uma nuvem de gafanhotos. Nesta altura do campeonato, entra a participação decisiva de Itamar Franco, blindando seu ministro da fazenda e garantindo a implantação do plano contra todas as ameaças e intenções de enfraquecê-lo. Por conta do sucesso do Plano Real, FHC elegeu-se Presidente da República em 1994. FHC era apenas um senador respeitado. Com Itamar Franco foi elevado a Ministro de Estado(Relações Exteriores) e após, subindo mais um degrau, Ministro da Fazenda. Enquanto senador, FHC, apesar de influente e respeitado, jamais teve cacife para sequer pretender candidatar-se a Presidente da República. Fato. Sem Itamar cruzando o seu caminho, FHC seria senador até hoje. Na época vários políticos tinham mais expressão e visibilidade. Neste ponto vem à baila uma nódoa no caráter de FHC. Nódoa é eufemismo para borrão. Na reeleição oportunamente criada durante o seu governo e por ocasião das convenções partidárias para a escolha dos candidatos à presidência, ainda me recordo da convenção do PMDB, na qual Itamar disputou, não me recordo contra quem, a escolha definitiva para ser o candidato ao mais alto cargo do país. Esta convenção foi marcada por grossa pancadaria e, adivinhem, Itamar Franco foi preterido em favor de não me lembro quem. Algumas colocações: fosse minimamente ético e reconhecido, FHC não disputaria a presidência, visto que o instituto da reeleição foi criado dentro do seu mandato. O correto, o decente seria disputar a presidência nas próxima eleições. E na hipótese de que Itamar vencesse a convenção do PMDB, desde quando um afilhado agradecido disputa contra o padrinho que o elevou aos píncaros da glória? A segunda colocação, ou melhor, a segunda pergunta é aquela que até hoje não quer calar: quem patrocinou a baderna na inédita convenção UFC do PMDB? Mais, quem se beneficiou com o afastamento do único candidato com chances reais de derrotar FHC? Hein? Teria ouvido um nome? Por que FHC, do alto de sua autoridade como mandatário supremo não se manifestou contra a baixaria e não tomou providências para que a convenção fosse anulada? A bem da verdade, FHC se pronunciou contra. Eu me recordo. Mas com a veemência de cordeirinho balindo um tímido béeee. Alguns podem argumentar que Itamar Franco era um homem de estopim curto, com pouco ou nenhum jogo de cintura e propenso a guardar ressentimentos na geladeira. É verdade. Assim como também era verdade tratar-se de um homem incorruptível, integra e perfeito para peitar corruptos e canalhas de todos os naipes. E assim termina a história de dois homens e 2 destinos. O primeiro foi aquele que a glória deu a mão. O segundo, um dos últimos homens honrados deste país, foi aquele de quem roubaram os méritos, o reconhecimento e o devido lugar no panteão dos estadistas(raros) do brasileiros.
PARABÉNS PRESIDENTE ITAMAR FRANCO
PELOS 20 ANOS DO PLANO REAL.

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