ROMÂNTICO
Vê-la assim nua, adormecida e linda,
Ressonando leve sonhos e venturas,
Me parece heresia acordá-la ainda
Viajando leve e solta nas alturas.
Me aquieto e olho admirado
A tela em tons claros e escuros
Que um deus pintou embriagado
Para os seus caprichos mais escusos.
Bastou apenas um instante
E da moldura fugiste apressada
Do céu que abdicaste relutante
Diante de promessa arrebatada
Eu te esperei a cada longa noite.
Vi raiar mil dias se pondo doentes.
Feriu meu corpo meu próprio açoite.
Senti a dor, lutei, rangi meus dentes.
E se de um sonho eu a construí,
Não há de ser real o pesadelo
Que me roube o que eu já vivi
Entregue ao teu cuidado e a teu zelo.
Durma em paz. Eu te protejo e guardo
De mim mesmo. Não te toco, mas não juro.
Mais não prometo. Não quero o fardo
Sobre os meus ombros de perjuro.
Vê-la assim nua, adormecida e linda,
Ressonando leve sonhos e venturas,
Me parece heresia acordá-la ainda
Viajando leve e solta nas alturas.
Me aquieto e olho admirado
A tela em tons claros e escuros
Que um deus pintou embriagado
Para os seus caprichos mais escusos.
Bastou apenas um instante
E da moldura fugiste apressada
Do céu que abdicaste relutante
Diante de promessa arrebatada
Eu te esperei a cada longa noite.
Vi raiar mil dias se pondo doentes.
Feriu meu corpo meu próprio açoite.
Senti a dor, lutei, rangi meus dentes.
E se de um sonho eu a construí,
Não há de ser real o pesadelo
Que me roube o que eu já vivi
Entregue ao teu cuidado e a teu zelo.
Durma em paz. Eu te protejo e guardo
De mim mesmo. Não te toco, mas não juro.
Mais não prometo. Não quero o fardo
Sobre os meus ombros de perjuro.
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