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18/07/2014

ACASO

Por que tem que ser assim?
Alguém me diga, olhe em meus olhos
e diga onde foi que o desencontro
marcou com a dor o encontro,
trocando placas e esquinas,
jogando com a minha sorte
como quem se ri da morte
de quem ainda não viveu?

De quem são as cartas marcadas
lançadas sobre a flanela verde?
De quem é a mão que sobre a minha
percorre malsinadas linhas,
lança dados e vê nos astros
a sina que foi traçada
à minha revelia?

Quem manobra os cordéis?
Quem tira a sorte e lê as runas?
Há de ser alguém sem alma,
há de ser alguém sem dó.
Pode ser alguém que fere
sem saber porque é que bate.
Ou então alguém que saiba
que mesmo a dor que lhe cabe
não tem contemplação.
Tudo é parte de um contexto
onde Deus é o pretexto
para a vida que lhe cabe
em eterna expiação.






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