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18/07/2014

Enquanto 2013 está nas últimas, o próximo está pra ser parido na maternidade do tempo. E o que dizer aos parentes e amigos nesta jornada que segue? Não há como fugir aos lugares comuns. Nossas vidas são desejos-clichês: felicidade, saúde, paz de espírito e prosperidade. São pequenos cofrinhos, com os respectivos rótulos, onde vamos depositando nossas atitudes na expectativa de que elas sejam trocadas, no banco da vida, pela moeda corrente da felicidade. Um ou outro cofrinho fica cheio. Outros pela metade, quando não vazios. É assim mesmo. Entre todos, porém, um é especial. Ele não guarda atitudes, ações ou iniciativas. O que se deposita nele nada tem a ver com prosperidade ou saúde. Tem tudo a ver com paz de espírito e felicidade. Prosperidade consegue-se ou não. Se se trabalha duro, a prosperidade vem a reboque. Saúde? Tem-se em princípio, mas ao longo da viagem ele vai se perder, vítima das patologias maiores e de ziquiziras menores e não menos letais. A bem da verdade, este cofrinho nem existe. Não há o que depositar nele. E não havendo, logo ele não existe mesmo. Fui escrevendo com os cofrinhos na cabeça e só agora me dei conta que, de fato, este cofrinho não é um cofrinho... é um VASO. E neste vaso tem uma plantinha mixuruca. Acontece que se você tratar bem dela, regar regularmente, chegar terra, ela vira uma árvore frondosa. Gozado também é que esta plantinha é entregue aos nossos cuidados em fases distintas da vida. Umas ganhamos no jardim da infância, outras mais tarde, na adolescência, na maturidade e até mesmo na velhice. Todas tem uma característica comum: dão frutos dulcíssimos e sombra reconfortante. Esta é a árvore da AMIZADE. Esta mesma que estamos regando e chegando terra ao longo de nossas vidas irmanadas. Uma mais outras menos. Não poderia ser diferente. Somos cuidadores às vezes descuidados e omissos. Umas viram Jacarandás enormes. Outras nem tanto, não obstante todas lindas e grandonas. Então é isto, meus amigos queridos... O que eu desejo mesmo é que nós continuemos pela vida afora cuidando de nossas árvores. Espero que todo dia demos uma regadinha e cheguemos terra na nossa amizade. De corpo presente ou, quando não for possível, através de uma oração ou de uma boa lembrança um do outro. Esta reciprocidade de atitudes vai nos garantir muita felicidade e paz de espírito em 2014, 15, 16 .... Até o dia em que o Jardineiro-Chefe podar-nos rente ao chão. Aí sim, nossa felicidade vai ser eterna. Nos jardins do céu.

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