Mandela.
Eu queria um Presidente assim. Eu queria um homem negro com aquela faixa vistosa, verde e amarela, atravessada no peito. Eu queria um homem marcado com um sofrimento atávico imposto por séculos de escravidão. E que depurasse este ressentimento com um sorriso. Um Gandhi negro. Que fosse exatamente assim como ela foi: íntegro, forte, inabalável. Eu queria um líder que mesmo ferido em sua dignidade soubesse perdoar, esquecido do cárcere injusto, da solidão e da revolta. Um homem que unisse uma nação dividida por ódios imemoriais. Um mestre que provasse que uma nação não tem cor ou castas. Uma nação tem compatriotas e, aos olhos da cidadania, não existem diferenças. Ah como eu queria um Presidente assim...Um Moisés negro, que abrisse um mar vermelho de intolerância, conduzindo o seu povo para uma terra comprometida apenas com o futuro: sem mágoas, ressentimentos e rancores. Eu queria um homem assim conduzindo a mim e a meu povo. Que nos desse a mão como se conduz uma criança. Porque este vínculo é a sublimação da confiança e do respeito. Eu queria um Presidente assim...Por tudo que o nosso povo carece, eu queria um mentor honesto. Um homem que a simples presença dissuadisse desvios de conduta e a malversação de recursos públicos. Eu queria um líder que o mundo olhasse com respeito e admiração, nada mais. Um estadista que se confundisse com a paz e que dela fosse o arauto. Um homem que declinasse homenagens midiáticas. Que demonstrasse que o diálogo é verdadeira diplomacia. Que a pena pode mais do que imagina. Que o amor é o senhor da razão. Fico imaginando o meu Brasil com um homem assim à sua frente. Fico sonhando um povo assim criativo, trabalhador, alegre, bom e dócil sendo conduzido por um homem deste quilate. Que nação seria maior? Ah como eu queria um Mandela brasileiro. Branco, pardo, negro, mestiço. Não importa a matiz, se o caráter é nobre, o sorriso é franco e a alma leve. Eu queria, eu quisera...

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