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18/07/2014

DESAMOR

Sol e luz encantavam o riacho.
Havia um frio mistério em teu cismar.
Procurei em teus olhos claros
Algum vestígio que fosse de mim.
Minhas caladas súplicas
Ecoaram no teu silêncio insondável.
Quisera morrer e a morte apavorava
Tanto quanto viver a ela se assemelhava.

A eternidade durou apenas um instante...
E a morte rondando a tudo que eu queria
selou a sorte de tudo que eu perdia.

Tu ali tão distraída...
As mãos para trás
Escorando o corpo que pendia.
Teus sentidos galopando
Pelos vales e além dos montes,
Perdendo-me de vista no horizonte.

Uma brisa suave assanhou os teus cabelos...
Contemplava o teu perfil encantado
Como um menino a brincar com sonhos
Que não tinha até então sequer sonhado;

Brisas desprendiam folhas outonais
No ar bordado de cruéis alegorias,
Como se à revelia da boa sorte o destino

com gosto tramasse enganos e agonias.

Recolhermos a toalha, os talheres e a cesta.
Fomos calados, lado a lado, caminhando.

Sorrimos tristes um pro outro.
Senti o teu pesar de não querer-me.
Não se desculpe, eu bem sei...
Temos um encontro marcado
No encontro aos paralelos prometido.

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