Como é difícil falar da mulher!...Para princípio de conversa elas são mães. Entre todas as criações do Pai, ela é a mais perfeita, e por isso talhada para gestar a humanidade. Chego a ter ciúmes da nossa participação nesta empreitada divina. Os filhos que fizemos são resultado de um ato egoísta por alguns segundos. Para piorar e humilhar, o ato delas é múltiplo e compatível com a gestação de nove meses. Elas carregam nossos filhos todo esse tempo talvez para deixar bem claro, mas sem soberba, que fomos apenas coadjuvantes no ato da criação. E assim é. Não devíamos estabelecer comparações.
O bom senso recomenda que devemos nos recolher à nossa insignificância. O machismo que manifestamos é de fato um despeito atávico, vem de muito longe, lá do tempo das cavernas imemoriais. Saíamos valentes para a caça para a qual fomos talhados. Fortes. Corajosos. Intrépidos. Acho que o despeito virou respeito ou até conveniência, no instante em que depositávamos a caça a seus pés -uma oferenda inconsciente - para que elas se nutrissem primeiro. Para que, fortes, tivessem disposição para o amor primitivo e gerassem crias garantindo a perpetuação da espécie. Tenho a audácia de pensar que o início partiu do matriarcado. Em seguida, selvagens, usamos a força bruta e nos insurgimos. O comando mudou de mãos. A história tomou o rumo da violência. Quero, tomo. Desejo, possuo. E assim caminhou a humanidade, deixando um rastro de sangue e dor.
Como seria se as mulheres detivessem o comando ao longo da história? Aí está uma questão para milhares de estudos, teses e tratados para antropólogos, sociólogos e outros tantos "ólogos" se debruçarem. Conclusões científicas à parte, uma coisa é certa: a história da humanidade teria acontecido com menos barbárie. Como a natureza não dotou as mulheres de força física, elas acomodaram-se nos bastidores e lá urdiram a teia que nos prende até hoje às suas vontades. Nós não percebemos, limitados que somos.
E por que guerreávamos? Para ganhar territórios, despojos e riquezas, claro. Desse modo a nação vencedora procurava se perpetuar. Mas por que e para quê? A pergunta que me parece óbvia pode não ser tão óbvia assim.
Acredito(me perdoem a audácia os cientistas) que no fundo, mas bem no fundo mesmo, todo este esforço, sangue e mortes apenas para tornar a pátria poderosa e segura que nos garantisse a paz e o retorno para os braços delas. Para o seu amor. Para o gozo e a continuidade do clã. Para que o poder e a predominância senão para desfrutar o mel da vida? Será que existe razão maior para tanto esforço épico?!
E assim caminhou a humanidade ao longo de séculos e milênios. Qualquer que seja a época ou a era, lá estavam elas em segundo plano, nos olhando de soslaio, atentas às nossas vontades para realizar as suas. Melhor assim, já que a experiência, desde que o mundo é mundo, provou que não temos muito juízo.
Para arrematar, enquanto nós homens nos julgamos os reis da cocada preta, elas, do alto de sua sabedoria, vão nos conduzindo pela mão com a sua sensibilidade, intuição, desprendimento, renúncia, adaptabilidade, bom senso, manhas e ardis sublimes.
Precisamos delas como o ar que respiramos; aí de nós sem a sua beleza de encher os olhos, sua presença para aquecer o leito e a alma. Aí de nós macacos com acabamento melhorzinho diante da absurda comparação com suas curvas, relevos e contornos divinos. Hoje é dia de usarmos as únicas armas que manuseamos bem: flores, bombons, presentes e poesia. Se não for possível um ou outro, ou até mesmo nenhum, não se amofine. Sugiro um beijo apaixonado e uma declaração de amor ao pé do ouvido. Algo me diz que elas até preferem a segunda opção. Porque elas são mulheres e compreendem o amor num plano muito superior ao nosso reles entendimento.
Hoje é dia de agradecer a Deus por sua maravilhosa presença em nossas vidas. Dia também para reconhecer que Ele não foi de todo injusto conosco, quando deixou, justo que È, apenas dois defeitos de fabricação: a imensa língua e a TPM.
No mais, viva a mulher e o seu dia internacional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário