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18/07/2014

AMOR ANTIGO

Minh'alma se perdeu
nos caminhos de cinzento limbo 
em busca da tua por mim perdida,
como sempre me foi ausente,
como sempre se cumpriu, distante.

E se hoje vago errante pelas sombras,
a vós dedico meus pesares e martírios.
Ao sabor dos ventos e tormentas
hão de socorre-me os piedosos
pelas paragens mais recônditas
pelos nos sítios dos desvalidos,
ou nos campos dos vencidos.

Careço ter-me porque me quero ver

feliz como outrora fui;
jamais nublados os meus olhos
por toda luz que lhes fora negado.
Quero-os de volta reluzentes, 
luz e fogo,
sem a menor sombra de desgosto
e com alguma centelha de esperança.

Jazem mortos as flores do campo
nunca pousadas nos braços dela.
Nunca recolhidas com o afeto
em braçadas de ternura e encanto

para o amor primeiro e puro
ou pousadas com carinho,
quietas e anônimas, rescendendo
esperanças na sombria noite.


Há de dobrar o sino o mal augúrio.    

E o seu lamento há de ecoar pelos vales
proclamando que a solidão tem melhor sorte
dos que em vida se doam a própria morte.

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