Páginas

27/07/2014

XAVECOS
Encomendei um lenço bordado
com o monograma do teu nome.
Ficou bonito, todo rendado,
mas não coube o sobrenome.
Comprei uma caixa de bom-bom
e amarrei com fita colorida.
Ficou bonito, muito bom,
mas não era sortida.
Comprei uma lindo bouquet
envolto em celofane azulado.
Ficou lindo como o quê
mas chegou desarranjado.
Comprei um anel de brilhante
e me endividei por teu amor.
Reluzia feito estrela cintilante
mas acabou no penhor.
Comprei um CD do Chico
porque não achei sertanejo.
Acho que paguei mico
e nem vou ganhar um beijo.
Comprei água de cheiro
mas o vidro se quebrou.
E agora sem dinheiro
sem presente é que eu não vou.
O jeito é chegar de mansinho
e um beijo te roubar.
Pode mais o meu carinho
que não há de te faltar.

24/07/2014

ISRAEL
Ó Israel, chego a lamentar a tua sorte...
O que é feito do heroico povo de Judá
que hoje no deserto espalha a morte,
semeia o ódio e conta não se dá?
Ó Israel, tu que erraste pelo mundo
sem pátria, território e bandeira
porque negas as gentes um segundo
da paz que conquistastes altaneira?
Só me resta lamento pela povo de Davi
e apiedar-me de ti sobremaneira.
Abre a tua arca e lê que eu não li
te permitindo a dor e a cegueira.
Eis os teus pobres irmãos oprimidos,
relegados do mundo, agora a escória,
fracos e doentes, sob o jugo dos vencidos
no sangrento campo sem honra e glória.
Ó Israel, recolha os teus mortos no campo
e veja que a dor é igual do outro lado.
Vela teus filhos, chora o mesmo pranto,
sangra o mesmo coração dilacerado.

23/07/2014

ERÓTICA
Ponha o LP na vitrola,
acenda o abajur.
Traga-me um uísque duplo
e senta-te a meu lado.
Me dê a tua mão.
Depois um beijo.
Vamos deixar o uísque
e a música subirem.
Nada é mais entorpecente
do que a penumbra
do teu olhar sereno.
Nada é mais alucinante
do que os teus lábios úmidos.
Beije meus olhos.
Resista ao meu calor.
Debruce sobre mim.
Me abrace.
Não diga nada.
Resista a mim
e eu a ti.
Acho que vou morrer
sem saber direito
o que é melhor.
Por mais que eu viva
a resposta está
no silêncio.
Em teu beijo,
gosto de libido.
E o não dar-se
quando eu quero.
Mas não quero
porque preciso
entender a magia.
Não sei o que é melhor:
a promessa deste instante
ou o delírio da noite?
PADRE QUEVEDO É CONVOCADO PARA EXORCIZAR O CONGRESSO.
PRAÇA DOS 2 PODERES - Consta nos anais do Congresso que a última sessão plenária da casa deu-se no Ano da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1932. A partir deste ano, as aparições de deputados e senadores foram minguando até que em meados do presente, foi registrada a derradeira presença de um congressista.
Com a abandono da casa legislativa, a coisa de alguns meses atrás, alguns vigilantes têm comunicado a aparição, altas horas, de vultos aos quais acompanham gargalhadas sinistras e o arrastar de correntes no túnel do tempo - passagem por onde antigamente os congressista transitavam de uma casa legislativa para a outra.
Os fenômenos foram comprovados por esotéricos, médiuns e outros entendidos, mas sem que nenhum deles pudesse explicar as aparições e os motivos pelos quais estas entidades se manifestam.
Preocupada com repercussão destes fenômenos, a Presidente da República convocou a Brasília o famoso Jesuíta Padre Quevedo, autoridade de renome mundial no trato de fenômenos paranormais, além de exorcista de comprovada competência.
Dilma Rousseff confidenciou a palacianos que o tripé constitucional esta manco e que esta situação não pode perdurar porque ela não aguentar mais emitir medidas provisórias, além do fato de ser muito chato não poder exercer o poder de veto como se fazia antigamente, desde os bons tempos da república velha.
A chegada do jesuíta está prevista depois da Semana Santa do ano que vem, uma vez que ele insiste em vir a pé, por uma questão de coerência, de San Tiago de Compostela até Brasília.
Para adiantar o expediente, Padre Quevedo informou às autoridades brasileira que tudo levar a crer tratar-se de caso clássico de Conscientias pesadorum - espécie de expiação a que se submetem espíritos renegados. Esclareceu, ainda, que somente "in loco" poderá certificar-se de suas suspeitas, bem como dar inicio às sessões de descarrego e purificação.
A grande repercussão dos eventos já repercute fora do país ensejando, inclusive, protesto formal da Associação de Castelos Mal Assombrados da Escócia, alegando concorrência desleal e falta de tradição em assombramentos e arrepios em geral.
NORTE
Fui alinhavando as palavras...
Escolhi as mais doces e plenas.
As mais sonoras irromperam o silêncio
e as quietas dormiram no meu colo.
As divinas coloquei de lado
porque solenes demais.
As pequenas como ovo,
no frigir dos sons,
guardei para uma rima
Fui construindo uma frase
após outra e outra.
Um castelo ergui
e ele desmoronou.
Elas eram todas pobres
e morreram sem sentido
a teus pés rendidas.
Comecei tudo de novo
garimpando outras muito lindas.
Separei saudade, ternura
amor, ventura e flor.
Coloquei todas em um cesto
e fui retirando uma por uma
escolhidas a dedo e com esmero
para te oferecer, carinho.
Ficou bonito de se ler.
Parecia um bordado.
De novo não deu certo.
Comecei de novo sem palavras.
Juntei sonhos e desejos.
Selei tudo com um beijo.
Botei perfume masculino
e lacrei com o meu sinete.
Ficou lindo demais
mas não deu certo.
Desisto...O que eu faço?
Como dizer desta emoção?
Junto brisa, vento e tempestade?
Os 4 elementos?
Os pecados capitais
e os veniais e as heresias?
As mandingas e os quebrantos?
A força de todos os elementos?
Ou será com a força magnética
que não vejo e que me atrai
para você como um Imã?
Meu norte está ao norte.
Pode ser que a minha sorte
se oriente pela bússola
que te aponta para o norte
de você em meu carinho.
JANELA
Abri a janela e você não amanheceu.
O que houve, o que aconteceu?
Teimando em ser lua?
Pranteando a minha vida
não suportei o dia
que não anoiteceu.
Abri a janela e me ceguei.
O que houve, o que aconteceu?
Dourado apogeu
Iluminou a minha vida
escura feito breu.
Melhor sem janela.
O que houve, o que aconteceu?
E agora?...
Sem querer tranquei a vida
que morreu.
Tentativa de homenagem a Mário Quintana
SOLIDÃO
O sol está se pondo no horizonte
Numa lenta agonia de esplendores.
Logo logo o orvalho coroa o monte
E o teu perfume me vem das flores.
Eu aqui, só, sentado na varanda,
Agora um árido templo da saudade.
A brisa trouxe no aroma de lavanda
O lenitivo para a dor que me invade.
O dia vai raiar daqui a pouco
E me encontrar aqui sozinho
Perdido em silêncio e abandono.
Órfão de afeto, carente, quase louco,
Vou colhendo o que resta de carinho
Em meu coração sem dono.
PÁRIA
Eu e meu cigarro
e uma espiral azulada.
Eu aqui sentado
de frente para um quadro
que não me diz nada.
Uma música lá longe
e um acorde embriagado.
Um cinzeiro repleto
e uma gosto amargo.
Um uísque quente
e um sonho acordado.
O cachorro a meus pés.
Um olhar triste
com o meu compactuado.
Um chinelo no canto esquecido
enquanto cochilo acordado.
Alguma tristeza existe
em mim aqui jogado.
Uma lâmpada piscando
e um mosquito endiabrado.
Uma saudade sem nome
de morte jurada.
As mãos no joelho espalmadas.
O olhar no chão emporcalhado.
Um quarto sombrio
e uma morte anunciada.
Um vazio tão grande
de mim enojado.
Enquanto lá fora o dia
passa ao largo.
Em cores e alegrias
de mim divorciadas.
A vida segue...
e eu embriagado.
Nenhum alívio
neste dia abandonado.
Enquanto houver um mar, vou em frente.
E se o naufrágio for o meu destino, 
que eu encontre uma ilha em mim mesmo
e que nela sobrevivam os meus sonhos.
Ainda a pouco, publiquei o texto aí em baixo. Fui assistir a novelinha Meu Pedaço de Chão(adoro) e resolvi, no intervalo, dar uma espiada na Globo News. 
Leilane Neubarth comentava a morte de Ariano Suassuna(por telefone) com Zuenir Ventura e outros dos quais não me lembro o nome. 
Estou de luto. A morte novamente tirou de nosso convívio um dos maiores escritores brasileiros, não satisfeita em empobrecer nossa cultura com a maldade de levar, em menos de 15 dias, João Ubaldo Ribeiro e Rubem Alves.
Conheci a obra de Suassuna, anos atrás, através da mini-série "O auto da Compadecida", produção da TV Globo. A partir daí morri de amores por Ariano, por sua literatura e por seu imenso e diversificado talento. Pouco depois, por acaso, assisti a uma de suas aulas-espetáculo não sei em que canal de TV. Um show. Poucas vezes em minha vida me diverti tanto. Qualquer que fosse o tema das outras aulas que tive a sorte de assistir, Ariano destilava cultura e empatia com o êxito que só os gênios da comunicação lograram, e como se ele fosse do ramo. Após, confesso que não tive acesso a outras obras dele e nem precisava. A mini-série da Globo, as aulas-espetáculo e depois o filme homônimo me deram a exata dimensão de sua criatividade e talento.
Mais um ídolo meu se foi. Ariano Suassuna vai ficar em minha memória como um iluminado, assim como iluminou a minha vida a poesia de Mário Quintana. Ambos tinha o maior dos talentos, qual seja a capacidade de traduzir os sentimentos e vivências de uma forma absurdamente simples. Como se a alma e a vida fossem uma cartilha vovô viu a uva.
A esta altura e nas alturas, Ariano está diante de Deus e da Compadecida. Aposto que Ambos, entre uma gargalhada e outra, estão se divertindo com as artimanhas de João Grilo e as mentiras deslavadas de Chicó que, entre uma e outra lorota, solene repete que "só sei que foi assim".
IDOLATRIA
Vou sair por aí para colher todas as flores
Que eu puder reunir em um belo maço.
E embriagado de perfumes e odores
Vou depressa, apertando o passo
Pra chegar logo na soleira da janela,
Emoldurando a aparição quase divina,
Acordada de um sonho que revela
A promessa que já se descortina.
Me deixa entrar. Diga sim. Sorria.
Vou te amar como se eu pudesse
Ser um deus admirando a criatura,
Perdido em sua própria idolatria,
Rezando pra si mesmo a prece
Plena de fé, glória e ternura.

22/07/2014

URGÊNCIA

Preciso resolver esta saudade com urgência.
Enquanto é tempo preciso compreender
qual o motivo e a razão desta demência
que insiste em me enlouquecer.

Preciso seguir em frente, viver.
Preciso do presente e do agora.
Mas não consigo a morrer
bem antes que eu vá embora.

E volto à praça e ao banco
onde um dia um beijo te roubei
selando para sempre a minha sorte.

Agora revisito o tempo em branco
e abraço o vazio que eu deixei
negar em vida a minha morte.

21/07/2014

Eu tenho um sonho. Não sei se é um sonho pretensioso. Mas sonho não tem limite e por isso mesmo é sonho. Quisera escrever como Mário Quintana - o mago das grandes emoções descritas com meia dúzia de palavras. Traduzir os sentimentos que ele resumia com a clareza de um riacho. Quisera como ele sentar-me à margem da vida e ver o que ele via com os seus olhos de ver fundo. Como se alma fosse rasa e transparente. Como se a imensa catedral de virtudes e fraquezas humanas fosse uma orada perdida à beira de uma estrada campestre. Quisera ser o que nunca serei: um escritor ou um poeta a quem Mário Quintana olhasse com carinho. Mas vou tentar, sempre. Porque ele é o meu farol mostrando os perigos dos recifes e das pedras. Enquanto houver um mar de navegar, vou em frente. E o naufrágio for o meu destino, que eu encontre uma ilha em mim mesmo. E que nela sobrevivam os meus sonhos.

20/07/2014

ROMÁRIO É O NOVO TÉCNICO DA SELEÇÃO.
GRANJA COMA AQUI - Após o traumatismo múltiplo imposto pela Alemanha e o pede pra sair imposto a Felipão, a CBF - Confederação Bandalheira de Futebol, resolver radicalizar e convidou Romário para ser o professor da seleção.
José Maria Marins, montado às pressas para a coletiva de imprensa declarou, nesta oportunidade, que os métodos científicos de treinamento, o acompanhamento médico-fisioterápico e psicológico dos atletas não surtiram os esfeitos necessários, razão pela qual resolver radicalizar adotando os princípios do futebol moleque e que Romário é o melhor representante desta escola.
Romário não pode comparecer à coletiva porque estava em Brasília ultimando seu livro "De peladas Eu Entendo", com o sugestivo sub-título " se é que você me entende, peixe", mas confirmou que aceitou o convite e que se apresentará na sede da CBF já na segunda-feira próxima.
Os esforço de nossa sucursal em Brasília surtiram efeito e o nosso repórter Ludopèdio da Silva conseguiu entrevista com o baixinho que lhe adiantou a intensão de convocar de imediato a seleção, seus métodos de trabalho e de treinamento para os próximos desastres, digo jogos amistosos da seleção.
Diante da insistência de nosso repórter, Romário disse que os treinos acontecerão a cada quinze dias, com ênfase no futevôlei, nada de correria e musculação, de modo que os atletas possam manter a cuca fresca entre um chopp e outro. Disse mais: "Seguinte, meu peixe: vamos detonar os gringos na base da pelada, da improvisação e do novo sistema tático 1-2-3-5, de com força no ataque e a defesa que se vire, porque malandro é o gato que é safo.
Dona Dulce era minha vizinha há mais de 30 anos.Ontem ela morreu com mais ou menos 90 anos. Hoje vou me despedir dela. 
Falávamos muito pouco como hoje é comum nas grandes cidades. Ainda assim, havia uma simpatia recíproca. E antiga. Nós nos encontrávamos quase que diariamente na passarela de nosso prédio: eu entrando e saindo a toda hora, ela em sua caminhada matinal ou vespertina, quieta, suave, sempre com a seu terço na mão num ritual manso e elevado. 
De vez em quando trocávamos um dedo de prosa. Sempre amenidades ou então comentários sobre nossas netas muito amigas.
Sempre me impressionou a suavidade de sua presença miúda: a voz baixa, serena e um tom de quem conversa com anjos. Sempre achei que Dona Dulce conversava com eles.
Às vezes, sem que ela notasse, eu a olhava caminhando, pra lá e pra cá, como se caminhasse sobre ovos. Passos miúdos, no ritmo do terço, da conversa com Deus ou com os seus auxiliares de asas.
Dona Dulce era um anjo de pessoa. E assim vai ficar em minha memória, em meu coração e em minha mente. Ela nunca soube de minha admiração e até de uma certa inveja. Porque foi leve e suave como um dente de leão entregue à brisa. Doce como a imagem de um beija-flor pairando sobre alguma cheia de aromas e pólen. Humilde e quieta como as suas orações ditas no ouvido de Deus.
Dona Dulce era um anjo. E se foi para compor as hostes do Pai que, com certeza, ontem a recebeu no portal do céu com um beijo no rosto.

19/07/2014

DESPEITO
A lua me traiu, não veio
Assombrar a noite de desejo.
Puro despeito, medo, receio
Do teu olhar e seu lampejo.
Que muito mais me embriaga
E me fascina e me entontece,
Torrente de carinho e vaga
Que me inunda e aquece.
Lá no alto do céu impera
Um outro astro fulgurante
Dominando todo o universo:
É o meu coração que te venera
Mais do que pôde claudicante
A tentativa deste pobre verso.
QUADRINHA

Enquanto você dorme, eu velo.
Quando você acorda, eu finjo.
Quando me olha, eu vejo
que não há nada além de mim.
AMANHÃ

O bar fechou.
Fui o último.
E esta garoa!...
Luzes vaporosas...
Uma cadela vadia passa...
O cigarro chegou no filtro.
Queimei os dedos
e xinguei.
Só me resta ir...
Este é o problema:
para onde ?
Porque tem que ser assim?...
Não, meu bem.
Hoje não...
Eu disse não...
Tô duro.
Não quero o seu carinho.
Não sei mais...
Tá bom, mas não...
Vou seguir o meu caminho..
Tchau...
Como?
Não entendi...esquece...
Como se eu entendesse!...
Este é o meu castigo
porque matei tua
última ilusão?
Feche a porta
o último a entrar.
Deixe as flores
perto da cruz.
Na minha, não...
na dela.
Quem sabe amanhã,
em nossa antiga esquina,
eu consigo te tocar.
19/11/2013 20h20 - Atualizado em 19/11/2013 21h04
Manifesto diz que Supremo não pode ficar 'refém' de Barbosa
Texto é encabeçado por juristas Celso Bandeira de Mello e Dalmo Dallari.
Manifesto vê 'açodamento' e 'ilegalidade' em prisões de réus do mensalão.
Do G1, em Brasília
Tweet
67 comentários
Cerca de 150 personalidades, entre juristas, advogados, professores, parlamentares e dirigentes partidários, assinam um manifesto divulgado nesta terça-feira (19) na internet no qual criticam o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, por supostos "açodamento", "ilegalidade" e "desejo pelo espetáculo" nas prisões de réus do mensalão.
Encabeçado pelos juristas Celso Bandeira de Mello, professor emérito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e Dalmo de Abreu Dallari, professor emérito da Universidade de São Paulo (USP), o manifesto classifica as prisões como um "lamentável capítulo de exceção em um julgamento marcado por sérias violações de garantias constitucionais".

Os subscritores do manifesto sugerem aos ministros do Supremo que atentem para a "gravidade" dos fatos. "O STF precisa reagir para não se tornar refém de seu presidente", diz o texto.
Leia abaixo a íntegra do manifesto.
MANIFESTO DE REPÚDIO ÀS PRISÕES ILEGAIS
A decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal de mandar prender os réus da Ação Penal 470 no dia da proclamação da República expõe claro açodamento e ilegalidade. Mais uma vez, prevaleceu o objetivo de fazer do julgamento o exemplo no combate à corrupção.
Sem qualquer razão meramente defensável, organizou-se um desfile aéreo, custeado com dinheiro público e com forte apelo midiático, para levar todos os réus a Brasília. Não faz sentido transferir para o regime fechado, no presídio da Papuda, réus que deveriam iniciar o cumprimento das penas já no semiaberto em seus estados de origem. Só o desejo pelo espetáculo justifica.
Tal medida, tomada monocraticamente pelo ministro relator Joaquim Barbosa, nos causa profunda preocupação e constitui mais um lamentável capítulo de exceção em um julgamento marcado por sérias violações de garantias constitucionais.
A imprecisão e a fragilidade jurídica dos mandados expedidos em pleno feriado da República, sem definição do regime prisional a que cada réu teria direito, não condizem com a envergadura da Suprema Corte brasileira.
A pressa de Joaquim Barbosa levou ainda a um inaceitável descompasso de informação entre a Vara de Execução Penal do Distrito Federal e a Polícia Federal, responsável pelo cumprimento dos mandados.
O presidente do STF fez os pedidos de prisão, mas só expediu as cartas de sentença, que deveriam orientar o juiz responsável pelo cumprimento das penas, 48 horas depois que todos estavam presos. Um flagrante desrespeito à Lei de Execuções Penais que lança dúvidas sobre o preparo ou a boa fé de Joaquim Barbosa na condução do processo.
Um erro inadmissível que compromete a imagem e reputação do Supremo Tribunal Federal e já provoca reações da sociedade e meio jurídico. O STF precisa reagir para não se tornar refém de seu presidente.
A verdade inegável é que todos foram presos em regime fechado antes do “trânsito em julgado” para todos os crimes a que respondem perante o tribunal. Mesmo os réus que deveriam cumprir pena em regime semiaberto foram encarcerados, com plena restrição de liberdade, sem que o STF justifique a incoerência entre a decisão de fatiar o cumprimento das penas e a situação em que os réus hoje se encontram.
saiba mais
Secretaria libera visita fora do dia normal a petistas presos
Câmara tinha que ter sido informada da prisão de Genoino, diz Alves
Pizzolato fugiu de 'condições desumanas' de presídios, diz ministro
Mais que uma violação de garantia, o caso do ex-presidente do PT José Genoino é dramático diante de seu grave estado de saúde. Traduz quanto o apelo por uma solução midiática pode se sobrepor ao bom senso da Justiça e ao respeito à integridade humana.
Tais desdobramentos maculam qualquer propósito de fazer da execução penal do julgamento do mensalão o exemplo maior do combate à corrupção. Tornam também temerária a decisão majoritária dos ministros da Corte de fatiar o cumprimento das penas, mandando prender agora mesmo aqueles réus que ainda têm direito a embargos infringentes.
Querem encerrar a AP 470 a todo custo, sacrificando o devido processo legal. O julgamento que começou negando aos réus o direito ao duplo grau de jurisdição conheceu neste feriado da República mais um capítulo sombrio.
Sugerimos aos ministros da Suprema Corte, que na semana passada permitiram o fatiamento das prisões, que atentem para a gravidade dos fatos dos últimos dias. Não escrevemos em nome dos réus, mas de uma significativa parcela da sociedade que está perplexa com a exploração midiática das prisões e temem não só pelo destino dos réus, mas também pelo futuro do Estado Democrático de Direito no Brasil.
19 de Novembro de 2013
Texto a propósito de email de minha irmã Regina, sentindo-se deslocada no mundo de hoje:

Este mundo não existe mais , mana. Eu me recordo que era exatamente assim que acontecia. Quantas e quantas vezes não recebemos em nossa casa em Oliveira Fortes e Santos Dumont os amigos de nossos pais. E era exatamente como o autor do email descreve: a mesa posta, as quitandas, o café coado na hora, as broas e bolos quentinhos. E o papo animado, as crianças - nós e as dos vizinhos visitantes brincando conosco, ou fazendo amizade com os novos, antes de iniciarmos as brincadeiras. Destes últimos, ficávamos amigos, como se já nos conhecêssemos de longa data. Era o tempo sem televisão, computador, jogos eletrônicos e outras distrações que só separam as pessoas, enfurnadas em suas casas tristes, sem convívio, papo na calçada. Sem prosa ao lado do braseiro do fogão de lenha, à noitinha, porque todos dormiam cedo. Foi-se o tempo das rezas, dos terços no mês de maio. Da camaradagem , do compadrio saudável e desinteressado. Da amizade e da consideração. Tempo em que as pessoas se davam sem contrapartidas, compensações e interesses.
Enfim, foi-se o tempo que nós vivemos e do qual não nos desprendemos. Porque somos assim antiquados, demodées, fora de época. Graças a Deus, mineiros apegados aos valores verdadeiros, intensos e quietos. Guardiões dos tesouros do coração, que não reluzem o brilho falso das aparências, dos modismos e modernismos inconsequentes, consumistas e mundanos.
Vivemos o mundo de hoje. Um mundo no qual dá até vontade de morrer. De tédio, amargura e desilusão.
Quando é que a humanidade vai aprender que bom é ser simples como o caipira, ali de cócoras, elaborando seu "cigarim de paia" com o vagar da perfeição, à beira do caminho a contemplar a vida, os poentes, o canto dos pássaros. Dando bastarde e basnoite a todos, conhecidos ou não; sábios porque não se desperdiça cumprimentos... afinal, somos todos irmãos, filhos do mesmo Pai que nos guarda, governa e ilumina.
O mundo, mana querida, perdeu a inocência, a pureza e a simplicidade. Perdeu-se...descarrilou...
A maria-fumaça já não apita na curva enquanto derrapamos nos caminhos asfaltados, caindo nas ribanceiras à margem de nossa vidas apressadas.
Ninguém contempla mais as noites. Ninguém suspira mais sob a lua cheia. Ninguém faz serenatas. As madrugadas são tristes. Resta o silêncio e almas vazias a perambular pelos shoppings, sacolas cheias de ilusões embrulhadas em celofanes multicores.
Restam os namoros ficantes. Os amores sem a eternidade de mãos dadas. Restam os beijos extratores de amídalas que não sabem do vulcão de um selinho roubado, das faces rubras de pudor. Resta a sofreguidão dos motéis e muito pouco do erotismo de uma noite insone a virar-se na cama à simples lembrança das coxas coladas no baile de ainda há pouco.
Restamos nós perdidos na balbúrdia do mundo moderno, assistindo à sofreguidão por conquistas fúteis e imediatistas; almas penadas a vagar por ruas e avenidas. Multidões mecânicas em busca de status, cargos e postos conquistados à custa de esperteza, troca de favores, oportunismos e subserviências.
Resta a banalização da vida. E a violência cotidiana. As quadrilhas institucionalizadas nos parlamentos. A ignorância patrocinada e o assistencialismo oportunista.
Enfim, mana querida, o que será de nós tão anacrônicos ? Corremos o risco de sermos expostos em museus. Corremos o risco de sermos olhados com pena ou piedade pelo homem moderno rindo de nossa cara aparvalhada, com resquícios de farelo de broa de fubá no canto da boca, ouvindo música com harmonia, sobraçando bouquet para as amadas e amados. Patéticos, alienados e perdido no passado sem graça, sem celulares trimestrais, falando um português correto e preservando valores ridículos.
SINGELA

Como é bom te ver feliz, amada.
Como é gostoso te fazer sorrir.
É como o resplendor de uma alvorada
antecipando as cores que estão por vir.

Ver o azul dos teus olhos cintilar
de contentamento por um presente meu,
é como ganhar um beijo sem esperar
da louca boca que me mordeu.

Só quero todo o tempo te ver feliz
e tanto que o teu sono acontece
dentro do sonho que sempre quis

Por ser a noite, bem te conheço,
a hora do dia que não anoitece,
chego mais cedo e em ti me esqueço.
TEXTO DO JORNALISTA EDUARDO HOMEM DE CARVALHO: Uma nação necessita cultuar seus heróis e, principalmente, sentir que seus exemplos estão sendo seguidos por todos, especialmente pelos governantes. A história registra o altruísmo de Tiradentes, assumindo inteiramente a responsabilidade pela conspiração dos inconfidentes. Outro exemplo é o de Juscelino Kubitschek (que roubou pouco, mas fez!) que administrou o país com competência e dinamismo, escolhendo auxiliares que só colaboraram para transformar esta nação, sem escândalos. Outro exemplo, esquecido pelo ex-presidente Lula, foi Itamar Franco, que chegou a exonerar seu ministro da Casa Civil, mandou apurar as denúncias que, após apuradas, mostraram ser mentira. Obviamente, reconduziu seu ministro para a Casa Civil. O mais incrível é ler ou ouvir políticos do mensalão dizerem que foram julgados e condenados sem provas e pretendem convencer de que são inocentes. Isso é menosprezar a Justiça, os ministros do STF, seus próprios advogados de defesa e, especialmente, a inteligência dos brasileiros.
Curtir · · Compartilhar · há 3 horas ·
4 pessoas curtiram isso.

Fernando Antônio de Carvalho: Bem lembrado o nome de Itamar Franco: um dos últimos políticos honestos deste país. Outra enorme injustiça: foi Itamar quem implementou o Plano Real, criado, é bem verdade, pela equipe de economistas capitaneada por Fernando Henrique. Poucos se lembram das grandes resistências contra o plano que ia de encontro aos interesses de banqueiros, industriais e comerciantes - justamente os que lucravam rios de dinheiro com a inflação galopante. Itamar manteve seu ministro da economia, FHC, blindando-o contra estas poderosas forças interessadas , como sempre, em seus ganhos e privilégios. Este mesmo FHC, ávido pela reeleição e por ocasião dela, sabotou a candidatura de Itamar e não teve a dignidade de reconhecer o âncora do plano real, atribuindo a si a paternidade do plano que fez a reengenharia da economia nacional. Ainda que anos depois, no governo de Minas Gerais, Itamar tenha cometido alguns desatinos, estes deslizes não invalidam seu valor como estadista. Itamar, finalizando, deixou um patrimônio constituído de 4 imóveis em Juiz de Fora. Enquanto isto, em Brasília e em outras regiões do país, milhares de políticos, funcionários públicos e outros componentes de quadrilhas organizadíssimas amealham fortunas que humilham milionários donos de fortunas construídas com trabalho e competência.
Do meu amigo Engenheiro-poeta(ou será o contrário), Cristiano Casagrande:

Eu já amei os números. Eles são objetivos, práticos, fiéis! Sempre falam a verdade! Doa a quem doer! Um mais um é igual a dois e pronto. Tanto sempre os amei que estudei Engenharia.

Mas os números também são cruéis. Eles são frios. Eles te dizem a verdade sempre, doa a quem doer. Eles jogam na cara. Não mentem ao falar a sua idade, seu peso, sua nota na prova, sua renda, os pontos na sua carteira, quantas vezes você fez isso ou aquilo.

Pouca diferença - pouquíssima mesmo - faz se você tem 29 anos ou 30, 39 ou 40, menos diferença ainda se você tem 49 ou 50. Mas entre o 39 e o 40 há o "4" ali na frente que te perturba, te incomoda, te agride. Os exatos 40, frios, calculistas, não se importam se 39 é praticamente a mesma coisa que 40. Eles insistem em te dizer que você tem 40! Se idade é só um número, ou, melhor ainda, se juventude é algo que, sobretudo, está na sua cabeça, os números insistem em lhe dizer que não! Você tem "x" anos e pronto!

É por isso que eu odeio os números. É estranho um engenheiro admitir isso. Alguém que amou os números a vida toda, que fez juras de amor por eles, hoje rompeu essa relação. Relação conflituosa, que veio se arrastando e que não mais se sustentou. Liberto-me de uma relação confusa, onde eu estava preso a eles, escravo de sua objetividade, de sua frieza cruel. Despeço os números para que me deixem. Afastem-se de mim, números cruéis, malditos, frios, calculistas! Afastem-se e não voltem a me atormentar. Deixem-me com a subjetividade dos meus pensamentos, da minha visão, das minhas ideias, das minhas opiniões. Deixem-me em paz com a sensação de que ter 32 anos ou ter 28 é a mesma coisa, que ter 37 ou 41 tanto faz, que tirar 8 na prova ou 9 não vai dizer se sou menos ou mais capacitado.

Então, liberte-se dos números! Seja tão jovem quanto queira, tão capaz quanto acha que é, tão magro quanto lhe parece. Seja livre e tenha uma cabeça para pensar o que quiser de si mesmo, sem a objetividade e a frieza numérica da exatidão.
Você pode não crer em Deus. Pode não crer em nada. Tudo se explica pela evolução natural, pelos arranjos químicos ao longo de era após era. Pode acreditar que o milagre da vida é resultado de fenômenos naturais e pelo consórcio de forças que, mesmo ao acaso, engenhosamente foram superpondo moléculas e células que chegaram à sofisticação da unidade carbono que é hoje o ser humano. Tudo bem, afinal a ciência em evolução geométrica tem, a cada dia, derrubado conceitos e dogmas religiosos com a fria eficiência dos experimentos. Deus hoje é questionado por elaboradas equações matemáticas, fórmulas e cálculos avançados da física e da química - catedrais impressionantes de sofisticados teoremas a comprovar a origem ou a explicação para todos os fenômenos relativos ao surgimento da vida. Parece que o racionalismo está vencendo de goleada. Deus está perdendo espaço nos corações e mentes de expressiva parte da humanidade. Será ?! Eu, em minha santa ignorância, ouso contrapor um argumento leigo. Acredito que um argumento, por mais prosaico que seja merece ser considerado. Afinal, todos os argumentos, idéias e proposições um dia foram tolices, até prova em contrário. Acredito(não riam) que a suprema obra da criação ou da teoria do caos, seja a mulher. Ela é, no topo da cadeia criativa, aquela capaz de gerar outra vida. Sua sensibilidade (lato senso), queiram ou não os homens, faz de todos nós seres de segunda categoria. Sua inteligência tem outro componente que nos foi negado na evolução: um instinto primário que pode ser resumido em sua capacidade de interagir com várias atividades e situações ao mesmo tempo. Sua anatomia e beleza, a bem da verdade, faz de nós macacos com acabamento um pouco mais elaborado. Nossa sorte é que somos o macho e elas não tem outra alternativa para perpetuar a espécie. Houvesse equilíbrio estético, seria razoável nos acharmos belos. Seu sexo á mais intenso que o nosso. Enquanto nosso prazer é um por vez, elas nos humilham com orgasmos múltiplos. Tem órgãos genitais com mínimas diferenças, enquanto nós transitamos entre a espada e o canivete. Por mais amoroso que possamos ser com nossos filhos, estamos longe de envolvê-los com a ternura com que elas abraçam suas crias. Crias sim. Enquanto nós nos sentimos pais, ela tem crias e os protege mais e melhor do que é capaz a nossa superioridade física. O conceito de proteção está mais ligado a contraposição de força para conter ameaça. Pode parecer simplista mas é assim desde a idade da pedra, quando com pedaços de ossos e pedras defendíamos o território ou a entrada da caverna. Enquanto íamos à caça, elas amamentavam seus filhotes, os embalava e cobria com peles, criando vínculos e os primeiros afetos, não bastasse o ventre que os guardava por 9 meses.
Faça uma coisa amanhã à noite, com ou sem amor. Observe-as dormindo após o gozo ou sem ele. Percorra suavemente a mão por suas formas divinas. Veja como os contornos são perfeitos. Como tudo nelas é embriagante. Sinta a maciez da pele e o cheiro de seu sexo que exala um perfume que estamos esquecendo de sorver. Este cheiro hoje tem um nome esquisito: feromônio. Antes que alguma beata ache que extrapolei, digo às recatadas senhoras que este cheiro está presente em inúmeras fêmeas da fauna com o propósito de atrair os machos e preservar a espécie. Se ainda assim sou profano ou um fauno tarado, vá se queixar com Deus. Questione a sua obra e os apetitosos ingredientes que Ele colocou em seus animais. Em verdade vos digo: entre milhões de formas de vida neste planetinha maravilhoso, perdido entre bilhões de bilhões de galáxias, quem sou eu, uma ameba, para negar, questionar ou explicar esta absurda grandeza.?! Seria o cúmulo da pretensão. Concordam comigo, célebres cientistas ?
enho a impressão que a Thaís tem um "que" de pureza; de menina sem boneca. Ela dá prazer por um play station. Algo me diz que Thaís é uma criança crescida que no refúgio de seu quarto, brincando de PS, ri feliz e xinga muito quando não passa de fase.
Como é que eu faço pra dormir
abraçado ao travesseiro?
Eu abraço o vazio pra sentir
que a morte não se morre por inteiro.

Há uma maldição a ser cumprida.
Há um vazio onde levito.
Alguma coisa que dói sem ser sentida.
Algo letal que não evito.

Há de ser o supremo sofrimento
o amor negado que sonhar se atreve:
Um cometa sem razão no firmamento.

Suplício sem fim. Masmorra mórbida.
Pranto contido, eterno, quieto e breve...
Viver morrendo a morte sórdida.
Oi, mãe. Se você estivesse comigo, hoje faria 89 anos. Nada então de almoço fora, nada de presente, nada de nada. Comemora-se o dia em que se nasceu na Terra? Os anjos aplaudindo batem asas? Tocam as harpas músicas divinais ? Deus sorri para você? Tomara que um ou outro aconteça na proporção dos seus méritos. Aqui embaixo, mãe, está chovendo e o dia está triste, frio e feio. Tudo coincide com o meu coração. O dia vai passando sem você. Fiquei menino. A Senhora não volta do armazém da esquina. A rua não tem mais esquina - vai se estreitando no horizonte e some. Para piorar, hoje não tem sol e a chance de um arco-iris. Eu acreditaria que a Senhora fez ele pra mim. Com as cores aí do céu. Por que será que a saudade está fazendo esta maldade comigo? Quero colo e cafuné. Quero beijo e carinho, mãe. Mais um pouco e volto ao teu útero pra sentir o calor mais gostoso do mundo. E as cosquinhas no meu pé que te chuta. Acho que entendi esta brincadeira da saudade... Ela quer que eu volte ao início para começar tudo de novo. Dia a dia, num jogo da memória, combinando os pares do destino e as situações e momentos que vivemos. O jogo acabou. Falta o último par. Estou impar para sempre.
A propósito dos aumentinhos nas passagens aéreas na copa: Que país é este ?!... Nossas "companhias" aéreas estão praticando assalto a mão desarmada. Estão decuplicando os preços para as passagens na época da copa. Os hotéis, idem, e o nosso "desgoverno" assiste de camarote. Ainda hoje, no jornal da globo, o presidente da embratur e o ministro do turismo, disseram que vão analisar as ocorrências, caso a caso. Caso " existam" irregularidades, vão implementar medidas para conter os abusos. Eles ainda tem dúvidas ?! Para ajudá-los, quero dar minha humilde contribuição: Sou cliente de uma padaria a muitos anos. Um belo dia, vou a esta panificadora e compro meio quilo de pãozinho. O preço vigente é de 9,oo. Compro meu pãozinho e me dirijo ao caixa, onde a simpática mocinha me cobra 45,oo. Como assim, meu doce ? Desculpe, senhor... o pãozinho agora custa 90,oo o quilo. Após recobrar o fôlego, ligo imediatamente para a polícia, órgãos de defesa do consumidor; para o bispo e para todas as outras autoridades afins. Mais um palpite, porque sou leigo em economia e estratégias de mercado. Os senhores acham que nos aeroportos, portas de entrada do país, contribuiremos para alavancar a boa imagem do Brasil praticando estes precinhos nas passagens aéreas ?! Entendo que a matéria é complexa e certamente os senhores vão convocar todos os especialistas e assessores disponíveis para então se debruçarem sobre o tema. Perfeito. Agora o ministério do turismo e a embratur vão decidir se os preços são abusivos ou não. É assim que se age em um país sério. Nada de decisões precipitadas. Qualquer situação que envolva má-fé ou agressão explícita ao bolso do consumidor patrício ou estrangeiro merece análise acurada e responsável..Estamos aguardando a posição final das autoridades. Infelizmente não passaremos ao largo das aflições enquanto este dia não chega. Pelo sim pelo não, vou comprar minhas passagens de ônibus com bastante antecedência. Como moro em BH, vou esquecer Manaus, Fortaleza, Porto Alegre, Recife e outras cidades-sede.
A tragédia síria merece uma reflexão. Particularmente o ataque com armas químicas que mataram indiscriminadamente mais de 1500 homens, mulheres e crianças. Menos importante os responsáveis pelo massacre, tropas de Bashar-al Assad(ou Bashar-al Sarrafo ?) ou " rebeldes". No meu ponto de vista, o grande responsável é a nação que patrocinou as pesquisas para a criação deste artefato imoral e covarde. Armas químicas não são novidade. Sua estréia macabra remonta à primeira guerra mundial e logo foram proscritas e a proibição de seu uso integrada à legislação da Convenção de Genebra(crimes de guerra). Sob o mesmo ponto de Hiroschima e Nagasaky são vítimas dos criadores da bomba atômica. Em ambos os eventos há uma co-autoria: governos que autorizaram o seu uso e todo o aparato industrial e tecnológico envolvido em sua produção. Aos primeiro, a motivação foi a manutenção do poder e as benesses dele decorrentes.Aos segundos, o objetivo foi tão-somente o lucro; o ganho - não importa a que preço e consequência. O ataque ao Japão em agosto de 45 poderia ser evitado. Os americanos alegavam que a invasão do Japão custaria de 1 milhão de vidas. Por que não um teste em uma ilha próxima, presenciado por .autoridades japonesas e de outras nacionalidades de países envolvidos? E por que a bomba nuclear? A antiga Rússia não possuía, àquela época, armas atômicas. A produção e a utilização da bomba pelos EE.UU fizeram a Rússia entrar na escalada armamentista e explodir a sua em 1949. O Império Romano dominou grande parte do mundo a ferro e fogo em uma época em que o modus operandi geo-político justificava conquistar povos e nações sem o menor constrangimento. Nada mudou, a não ser os métodos hoje subliminares, ardilosos, a criar situações e crises (CIA, KGB, MOSSAD-talvez) que "exigem" a intervenção humanitária das potências preocupadíssimas com a Síria, Chile(Allende), Afeganistão, Iraque e outros menos importantes. Logo, as potências solicitam a criação destas armas terríveis. o capital financia a indústria que, por sua vez, "comercializa" a morte alheia. Depois, todos juntos, direta ou indiretamente, põem a boca no trombone a exigir "um basta". E tome manchetes de primeira página, telejornais, noticiários; convocação de embaixadores e protestos diplomáticos...Enquanto isso, na Síria, a fileira de mortos é sepultada ou aguarda sua vez. Enquanto isso, os EE.UU ameaçam entrar com tudo...Triste é que esta fila só faz crescer, e não anda mais.
A solução está na volta ao passado, quando o magistério era um sacerdócio. O ensino público era exemplar e os professores valorizados e respeitados. A excelência do ensino público contrastava com o rede privada, a tal ponto que os maus alunos, os play boys da época, eram matriculados pelos pais em escolas particulares. Era a escola PPP: papai pagou... passou. Este quadro resultava de bons salários, treinamento e perspectiva de carreira. Resultado: aulas incríveis, motivadoras e empolgantes, já no primário. No ginásio, os mesmos métodos e os mesmos resultados. Bastava um olhar dos mestres e baixávamos a cabeça envergonhados. O conhecimento era uma coisa instigante. Aprendíamos a amar a literatura através do mundo mágico de Monteiro Lobato, aprendíamos português escrevendo redações. Professor Mota, meu querido mestre da língua pátria, argumentava aos reticentes que nossa vida era repleta de acontecimentos interessantes. Bastava lembrar nossas aventuras e teríamos inspiração de sobra para escolher o tema. Uma redação inspirada de duas laudas valia 50% da nota do mês. No meio do ano, 2 terços da turma amava redação. Os outros professores adotavam a mesma estratégia e a motivação e o interesse sobravam... Havia entre eles até uma competição velada entre eles. De qual aula os alunos gostavam mais? A gente percebia isto sem muito esforço. Inverteu-se a qualidade do ensino. Hoje as Escolas particulares tem qualidade. Escolas públicas são sinônimo de incompetência patrocinada por salários indignos, ausência de planos de carreira, falta de treinamento e a decorrente falta de atualização pedagógica; violência, falta de material e instalações sofríveis. Enfim, hoje o ensino público desconstruído por décadas de reformas de ensino mirabolantes, defasagem salarial e falta de estímulos para a carreira resultam em uma tragédia social. As classes mais abonadas propiciam boas escolas particulares a seus filhos. Os garotos vão para as universidades federais, engordando a elite e agravando a desigualdade social e a distribuição de renda. O povão e as classe média, média-média e o resto, na base da pirâmide(80% da população), tem como alternativa a falta de alternativa. E os filhos, sem qualificação, fazem, com sorte, a escalada dos gráficos de subempregos e fornecem contingente para a marginalidade.
Lindo texto e duas medidas... Explico: Flávio Cavalcante foi contemporâneo de meu; colegas de quarto no internato da Academia de Comércio de juiz de Fora. Grandes amigos a ponto de meu pai convidá-lo para padrinho de seu casamento em 1947. Flávio aceitou. Passaram muito anos sem que meu pai o reencontrasse. Falaram por telefone umas poucas vezes após o sucesso de Flávio na TV. Em 1970 ou 1971, não me recordo exatamente, meu pai me chamou e perguntou se eu queria ir a Petrópolis, residência de Flávio, ainda no auge. Fomos em seu Aero-Willis e paramos na porta da mansão do apresentador. Um segurança nos atendeu educadamente. Nos identificamos e aguardamos a comunicação com os patrões. O segurança nos anunciou que o Sr. Flávio Cavalcante não nos receberia, ao que meu pai indagou o motivo, visto de vieramos de Juiz de Fora - afinal de cotas uma pequena viagem, só para dar um abraço no querido amigo. O segurança reportou-se à mansão e a resposta, desta vez, foi um sonoro NÃO, e nenhuma explicação. Poucas vezes em minha vida vi meu pai naquele estado. Era um misto de raiva, desaponto e incredulidade. Voltamos a Juiz de Fora sem trocar uma palavra. Nas poucas vezes que o olhei de soslaio, vi meu pai chorando. Pranto de homem - rosto impassível - apenas dois filetes de dor e desencanto. Até hoje não entendo como ele jamais comentou, até a sua morte, aquela viagem a Petrópolis. Nós sempre comentávamos alegrias e tristezas - tudo , enfim, que tivesse importância. Meu pai era um "falador". Passados mais de 40 anos, não me esqueço do Sr. Flávio Cavalcante. De sua insensibilidade, presunção e falta de educação. O mesmo homem que deixou esta bela carta para seu neto. O mesmo homem que mutilou uma amizade através de sua negação: a indiferença.
GRATIDÃO

Intriga-me tua beleza:
feitiço que me prendeu.
Teia invisível,
luz intensa,
Imã irresistível.
Em minha mente, onisciente.
Em minhas veias, um rio
feroz, montanha abaixo.
Sístole, diástole.
Sede, minha miragem...

Esquecido em uma praça,
solidão demente, eu vi...
Como explicar o medo,
a derrota e o desterro?
Como não respirar?!
Aconteceu...
Uma informação pediste.
Emudeci...perplexo.
Boca seca, hálito forte.
Mãos suadas, pavor.
Incondicionalmente rendido,
não há o que pedir.
Te dei endereço
a direção, a rota e o caminho.
Bendita cidade emaranhada...
Estendi a mão
esmolando um sorriso teu.
E partiste sem olhar pra trás.
Morri naquele instante
Ressuscitei quando voltaste.
Mais detalhes pediste.
Confusa, mais não que eu.
Meu riso bobo
pendeu na boca aberta.
Ofuscado pelo sol
à minha frente,
refulgindo sem piedade.
Num gesto de audácia
te dei a mão.
Não devias tê-la aceito...
Vem comigo, te levo,
não é tão longe assim.
Virei escravo contente
com os grilhões
e a servidão mais vil.
Meu sonho evoluiu.
Virou verdade...
Pude então dormir.
Não há bem que não se acabe...
E foste...sumiu lá longe.
Perdeu-se de mim.
Ficou a dor da perda.
O luto e o horror
da sobrevivência.
Tempo, tempo, tempo...
Que lenitivo és
se não me acodes?
Meu relógio quebrou
na alma estacionada
entre o vazio e o nada.
Venus de Millo,
tem piedade de mim.
Não pode ser tua beleza
a ditar o meu destino.
Algum elo existe
além do encanto.
Tua ternura embriagava.
Teu sorriso era claro.
Água de riacho.
Luz da manhã.
Resplendor divino.
Todos te eram caros.
De todos te apiedavas.
Eras boa, serena e mansa.
A soma dos teus lados
multiplicou meu querer.
Premiado pela sorte,
atravessaste o meu caminho
deixando que eu fosse um deus.
Por pouco tempo, é verdade.
Mais não merece um mortal.
Todas as noites,
antes dormir,
sorrio e te agradeço.
Rezo por ti,
deusa da saudade
mais gostosa de sentir.
SONETO SACANA

Jefferson, Jerfferson...por que abriste o bico?
Olha só o corre-corre...deu chabú no mensalão.
E agora José?... como é que eu fico, 
como é que fica a minha reputação?

Foram anos de luta armada no Brasil inteiro.
Foram anos e anos no congresso nacional.
Dedo duro, X-9, maldito fofoqueiro.
Só me resta, neste instante, passar mal.

Virose, cirrose?...não. Melhor algo sério e fatal:
Doença muito grave que a todos comova no país.
Se precisar chorar eu choro, ao vivo, no jornal nacional.

Pobre de mim... marquei bobeira de montão
Escapei por pouco, ilustre cavalheiro, por um triz.
Salvou-me uma cardiopatia de ocasião.
BATE-PAPO

Aflito, abro e fecho o bate-papo
E o teu nome está sem cor.
Quero o verde, o verde exato 
Dos teus olhos, meu amor.


Abro e fecho o box, tudo um branco só.
Nenhuma frase solta, uma palavra perdida,
Um ponto, uma vírgula esquecida. 
Pobre garimpo, veio esgotado. Tenha dó.

Apuro então o ouvido para o plim
Que anuncia o que está por vir
Quem sabe com saudade de mim.
  
Desligo a máquina e a ilusão que vivi,
Viro pro canto e ponho pra dormir
O coração que gosta tanto de ti.

"Lei Cunha lima"




IMAGINO QUE ESTE DEVE SER O TEXTO DA LEI PROPOSTA PELO DEPUTADO CUNHA LIMA : ARTIGO PRIMEIRO: Fica vetado a todo cidadão brasileiro questionar ,interpelar, levar a juízo, contestar, de per si, ou através de órgãos de imprensa falada, escrita ou eletrônica, redes sociais ou por qualquer outro meio de comunicação não aventada no corpo desta disposição; fazer comentários, críticas e qualquer outro tipo de manifestação que ofenda, denigra, enxovalhe, constranja, macule ou comprometa a imagem, a honra ou a idoneidade de membros do Congresso Nacional, Assembléias estaduais, Câmara de Vereadores, bem como a de Diretores de Autarquias e Empresas Públicas, da administração direta ou indireta. Por extensão, este dispositivo legal ampara e resguarda a honorabilidade de diretores de Empreiteiras ou a qualquer outro gestor de empresa que mantenha contratos de prestação de serviço, realização de obras públicas, manutenção, construção ou qualquer outro tipo de atividade de natureza industrial, comercial ou de serviço contratada na esfera Federal, Estadual ou municipal. INCISO PRIMEIRO: Na eventualidade de licitações super-faturadas e/ou eivadas de favorecimentos ilícitos; corrupção ativa ou passiva comprovada e desvios de verbas praticadas por agentes públicos em consórcio direto ou indireto com todos as entidades públicas ou privadas acima mencionadas, constituir-se-á Comissão de Auditoria, a ser integrada por membros escolhidos entre as casas legislativas das esferas Federal, Estadual e Municipal, por integrantes de direção superior de Empresas pública e privadas. INCISO SEGUNDO: Fica vetada a contestação judicial por parte da sociedade civil, quer seja através de entidades representativas ou por iniciativa individual de cidadão em pleno gozo de seus direitos políticos. O não cumprimento deste dispositivo legal implica sanções a serem definidas oportunamente por Lei Especial.

18/07/2014

Hoje o Brasil tomou conhecimento que o partido de Marina Silva não atendeu as exigências da lei eleitoral; mais especificamente por não atingir o número estipulado de assinaturas(reconhecidas em cartório). Assim, o natimorto não logrou seu registro no TSE, estando excluído das eleições presidenciais de 2014.
Somos um País com quase 40 partidos, com mais ou menos 6 de alguma expressão. Ora direis, alguma expressão?!  Atrevo-me a reafirmar que mesmo os maiores não nos representam. Estas siglas nos representariam se fôssemos  um povo calhorda, desonesto ou venal. Os outros trinta e tantos restantes, do mesmo modo,  não passam de uma sopa de letras repugnante em que ingredientes nobres, tais como ideais democráticos,  socialistas, cristãos, trabalhistas e outros foram usados apenas para nomeá-los e  para dar aparência de compromisso e intenções altruístas. 
Todas estas agremiações partidárias tem folhas corridas capaz de corar criminosos de penitenciárias de segurança máxima. Todos os seus membros, salvo alguns solitários integrantes mais deslocados do que o Lula em uma biblioteca, legislam e perseguem apenas seus interesses corporativos e pessoais. Os nanicos não passam de legendas de aluguel disponíveis para garantir quorum e votos de interesse do executivo e do legislativo (em causa própria). São típicos balções de negócios escusos, barganhas e negociatas. A recompensa são cargos nos escalões inferiores do governo, nomeações de parentes, protegidos e toda sorte de benesses patrocinadas, de resto, por nossos impostos. Pior, todos estes partidecos tem registro no TSE e gozam de todos os direitos consagrados na lei eleitoral.
Enquanto isto no Patropi, o partido Rede Sustentabilidade  da ex-senadora Martina Silva, exceção  de caráter e conduta política irrepreensível, não conseguir registro no TSE. Esta Senhora de origem humilde, exemplo de como subir na vida sem cambalachos, recebeu 19.500.000 votos nas eleições presidenciais de 2010. Salvo engano, nosso egrégio TSE e suas leis, exige 450.000 assinaturas, reconhecidas em cartório, para que um partido obtenha registro e se habilite a participar de eleições para a Presidência da República.
Pergunto então a Vossas Excelências se existe algo mais oficial e confiável do o voto?  São urnas eletrônicas e todo um aparato tecnológico a garantir isenção, legitimidade e segurança no processo eleitoral. Resta-me então o desânimo por não compreender esta votação contrária à criação da Rede Sustentabilidade. Resta-me saber, com muita revolta,  que sou mais um entre milhões que não contam; que valem pouco ou nada. Somos todos nós apenas números de CPF, assim catalogados pela voraz  receita federal, de modo que não escapemos de suas malhas finas - verdadeira teia da qual só escapam os que, apesar do enorme tamanho e costas largas, passam incólumes, lépidos e fagueiros.
Do mesmo modo, os embargos infringentes deram guarida a mais um recurso em favor dos malfeitores do mensalão. Da mesma maneira,  o clamor de milhões de brasileiros foi solenemente desprezado pelo ministro Celso Melo e seu voto que até hoje me enerva. Voto este que mereceu rasgados elogios por parte de expressivos veículos de comunicação, citando-o como aula magna de direito e subliminarmente consagrando o império da lei sobre a vontade e os direitos de um povo a implorar justiça. Somos tão-somente uma turba ignora e apoplética que não se recolhe à sua insignificância.
Diante de tanto descaso com os nossos anseios, nossas esperanças e até de nossas ilusões, vou-me embora pra Pasárgada.  Lá sou amigo do Rei. E se, porventura, eu não puder dormir com a mulher que escolher, pelo menos não votarei e não voltarei.
A estes homens que tem o poder de decisão sobre as grandes questões nacionais e que sistematicamente viram as costas aos nossos direitos mais fundamentais, sugiro a leitura de um texto breve e impregnado do reconhecimento aos humildes heróis do dia a dia: O POVO, de  Eça de Queiroz.