Em 1789, o povo francês deu um basta nos desmandos de Luiz XVI e de sua corte corrupta.
A fome e a miséria assolavam a nação enquanto a nobreza se refestelava no luxo indiferente ao sofrimento da nação.
Caiu a Bastilha e a sede de vingança possibilitou a Robespierre iniciar o período do terror.
O fato de ser nobre era meio caminho para a guilhotina e esta decapitava com tanta frequência que foi necessário adaptar uma canaleta para escoar o sangue para o Rio Sena.
O Brasil está muito perto de reeditar a história.
O cenário é caótico e as instituições estão desmoronando.
Desmandos, corrupção desenfreada, congresso transformado em covil de bandidos, empresas públicas associadas a grandes empresários para saquear os cofres públicos.
A situação de agrava com a criminalidade institucionalizada, a agonia da indústria sucateada, dia a dia perdendo competitividade, sufocada por tributos e pela falta de políticas de incentivo. A infraestrutura desestruturou-se, o ensino deseduca, a saúde agoniza, a segurança pública funciona somente nas zonas sul dos grandes centros enquanto o povão tenta sobreviver no meio do fogo cruzado entre os bandidos fardados e a bandidagem gestora dos estados independentes nas comunidades.
As agressões contra a cidadania são incontáveis e se sucedem a cada dia na certeza da impunidade e da infinita subserviência do povo brasileiro.
A poucos dias atrás, a assembleia legislativa de Minas Gerais aprovou o auxílio moradia inclusive para os deputados que moram em Belo Horizonte. Ontem a câmara federal aumentou as verbas de gabinete e entre outras benesses vai patrocinar as passagens aéreas também para as mulheres dos deputados. O bate-volta Brasília-bases eleitorais-Brasília é por nossa conta.
Ora, direis, mas isto são migalhas comparadas aos mensalões, petrolões e escandalhões de amanhã e de depois de amanhã.
Certo. Mas pode ser a gota d'água que falta para romper o dique e arrasar tudo o que encontrar pela frente.
Dia 15 de março pode ser o dia da queda da Bastilha no planalto central. Cutucar a onça todo santo dia é uma temeridade. O felino pachorrento pode dar o bote mortal e por fim às provocações audaciosas.
O excesso de confiança desguarnece a defesa expõe a fortaleza.
A turba é sempre irracional e quando a sua fúria é justificada as atrocidades não têm limite.
Aproveitem os instantes finais da orgia à custa do povo espoliado. Aproveitem, excelências, enquanto têm a cabeça no lugar. Se a fortaleza cair, pode ser necessário uma canaleta do patíbulo ao Lago Paranoá.
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