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26/11/2020

 TEIA

O dia triste vai se pondo:
Parece que é o derradeiro.
Não sei se durmo, se me escondo:
o último há de ser o primeiro.

A última aurora irradia;
Me banho em sua luz.
Mal o dia principia
e às sombras faço jus.

Olho o relógio de pulso.
A vida que me resta escoa
Pela hemorrágica veia.

Sou o inseto avulso,
Presa do tempo que voa
E me suga em sua teia.

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