Lá fora o silêncio perdura
como se a madrugada fosse eterna.Como se a noite embirrada
rompesse com o dia.
Vejo as horas passando
como se o tempo não seguisse
o seu rumo para o nada.
Apuro o ouvido... e nada...
Quero os passos que te trazem...
Quero dormir e um sonho.
Apenas um sonho que me esqueça nele.
O que faço desta vida sem você ?
O silêncio nada entende e não responde
com a migalha que seja de uma brisa.
Não neblina, muito menos neva orvalho.
Nenhum som pra que houvesse vida.
Só a noite mórbida, indiferente e entretida
no inventário das tristezas recolhidas.
Nasce o dia, durmo à tarde e espero a noite.
Rotina demente e entorpecida
estampa olheiras em meus olhos tristes.
Resignado recolho meus pedaços
e volto à janela da vigília.
Outra solidão me espera.
Halos de luz nos postes me assombram.
Gatos vadios, sem recato, dão sinal de vida.
Sem rumo, um bêbado desce a rua.
O cenário agora é prata.
Lua cheia ... quase um sol refulge.
Combina com tudo o meu vulto enluarado,
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