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14/01/2015

JUJUBA
Jujuba é uma delícia
de palavra doce.
Já Farofa é gorducha, 
estufa a boca

e a bochecha.
Palavra perigosa
de falar de boca cheia.
Periga chuva
de farinha, cebola, 

e cebolinha, ovo
e salsinha picada
bem fininha.
Já palito é magrinha
e saudade é agridoce.
Jujuba lembra criança
e pirraça de balinha.
Palito é entre dentes

e caso não fosse
jamais palitaria.
Saudade é entre nós.
Mordo a jujuba borrachuda,

lambo o pirulito
e na hora do recreio
divido o lanche com você.
Dois palito de saudade,
um mineiro outro paulista.
No pátio da escola,
até onde se avista,
perdi de vista o presente

segurando a sua mão.
De castigo no recreio,

você distraiu o meu receio
de uma nova suspensão
quando me fez companhia
e escutei a campainha
machucar meu coração.
Dei jujuba de presente
e o seu beijo de carinho
corou-me de emoção.
Virei fregues da padaria
e todo o santo dia
enchia a minha lancheira
de tudo que era doce
de confeitar ilusão.
Crescemos e nos perdemos
nas voltas que o mundo dá
sem a menor contemplação.
Quando a saudade aperta,
sem que eu me dê conta,
vou aumentando a conta
com uma jujuba por dia.
O dono da lanchonete,
me olhando de soslaio,
não entende que o marmanjo
esqueceu-se que cresceu.
E que ainda adora grapette,
e andar de patinete
sempre rodando a mocinha
que ele nunca esqueceu.


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