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31/01/2015

MINAS

Sou de Minas.
Sou das Gerais.
Sou desse jeito
e me dou
por satisfeito
porque de
outro jeito
não sei ser mais.
Sou calado
e das montanhas
que me contém
por demais.
Sou mineiro
desconfiado,
caipira
que anda pra frente
olhando pra traz.
Sou gado de leite,
fui gado de corte,
não sou mais.
Fogão de lenha,
dois dedos de prosa,
braseiro,
cachaça,
e papo
gerais.
Sou pirraça,
muxoxo
e o silêncio
me guarda
demais.
Sou assim...
Sou fé,
sou crente,
sou gente
de missa,
de terço
e apreço
eventuais.
Sou anoiteço,
auroras,
começos,
floradas
na serra
e nos quintais.
E desse jeito
maturo,
esperto,
vivendo,
cismando
me fecho
em copas.
Sou ás
escondido
no baralho
da sorte.
Sou morte
e campo santo
no alto do morro
onde me morro
de saudade
imemoriais.
Sou assim.
Quem quiser
que me ame.
Sou serra,
sou cerro,
sou cenho
severo,
fechado,

às vezes
demais.

Sou festa, 
quermesse.
Sou baile
caipira, 
pé de serra,
levanto poeira
e a minha alegria
não baixa mais.
Conviva comigo, 
me entenda, amigo.
A minha amizade
é pra sempre.
Demora um pouco,
negaceia,
mas quando apruma
não tem meia volta
nem volta e meia.
O rio da vida
passa por Minas
e dá muitas voltas
com medo do mar.

Pra quem votou na Dilmanta e pra quem não votou também rir um bocado.
Atendendo às vozes das ruas, a Exma Sra Presidenta da República Virilha Grosa de Brasília Jaguatirica do Serrado Musa do Povo Dilma Rousseff presta contas à ...
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30/01/2015

Reeditando...

ANÁGUA

Íntima, rósea e leve tule démodé,
Antepenúltima cidadela do prazer.
Descortina o proibido que em você
Está por uma alça a se desprender.

Antes do meu olhar no teu ver o lampejo
E do teu abandonar-se na cama ardente,
Agradeço feliz ao vento impertinente
Que revelou-me os contornos do desejo.

Quanto mais e mais o amor se banaliza,

Mais se expõe o que era mistério
E o furor que agora se ameniza.

Revela-te agora que o êxtase é breve.

Murmura, geme e berra teus impropérios
Porque maior é o gozo de quem se atreve.
Versinhos invejosos
Meu Deus do céu, quanta diferença!
Ainda hoje vou-me embora pra Croácia.
Não há quem do contrário me convença:
quero ser escravo da beleza e da eficácia.
A danada além de linda é kolinda.
e olhe que ela não é de se Grabar.
Enquanto a Dilma fica na berlinda
eu vou para Zagreb paquerar.
Com sorte, eu consigo emprego
em seu gabinete presidencial.
Seja garçon ou até mesmo pelego,
desde que perto desta musa infernal.
Pra vocês que ficam, muita fé e coragem.
Vou-me embora de mala e cuia e na lona.
Com a Dilma, desgraça pouca é bobagem.
Prefiro a minha presidenta gostosona.
Brasil vs Croácia
Anteontem, assistindo ao Jornal Nacional, fiquei surpreso com as novas revelações do esquemão para saquear a Petrobras. Até aí nada de novo, exceto pela riqueza de detalhes e a CONFIRMAÇÃO de que toda a ladroagem teve como objetivo financiar o projeto de poder do PT & Associados.
Não é novidade para ninguém minimamente informado que o consórcio empreiteiras/empresas públicas desde a república velha cotizam contratos e vantagens.
O que choca é o fato de que a impunidade foi institucionalizada a ponto dos furtos não acontecerem mais na calada da noite. Os cuidados foram dispensados e hoje se mete a mão no bolso do cidadão dentro da igreja, na hora da consagração. Não há mais o mínimo pudor. Assaltar os cofres público está virando um esporte. Mas nada que se assemelhe ao futebol. O esporte praticado pelas elites políticas e empresariais é algo assim como o elegante e refinado POLO.
NÓS SOMOS AS MONTARIAS.

As elites, no entanto, estão cometendo um erro ao se descuidarem das montarias. Os animais estão esquálidos, mal alimentados e já com o aspecto de pangarés. Seria mais inteligente contratar veterinários e cuidadores para um tratamento mais cuidadoso. Rações balanceadas à base de alfafa importada, frutas e legumes frescos. Da mesma forma, trotes relaxantes, banhos e escovações frequentes deixariam os animais melhor preparados para os matchs. Os jogos seriam muito mais disputados, os placares mais elásticos e as comemorações subsequentes mais efusivas, com direito a brindes com Moet & Chandon ou Veuve Cliquot.
Em resumo, os cavalos estão para o polo assim como a bola está para o futebol. Cavalos ruins e bolas murchas comprometem a eficiência do jogo. E o campeonato, pelo visto, está longe de acabar.

29/01/2015

UM CAUSO (AVULSO) DE FAMÍLIA
Henrique, meu futuro genro, já sabia que Lamartine Babo era meu primo. Coisa de uns 2 meses atrás, num bate papo, nossa conversa enveredou para as músicas antigas. Uma delas, em particular, eu e Henrique adoramos: Serra da Boa Esperança.
Tenho a honra de ser primo de Lamartine Babo - o rei das marchinhas de carnaval e de outras pérolas da MPB. Sou Babo por parte de pai. Meu velho querido assinava Reginaldo Babo de Carvalho, filho de Gracinda da Glória Babo de Carvalho. Vó Glorinha era prima em primeiro grau de Lamartine. O pais de Vó Glorinha e de Lamartine eram irmãos, óbvio.
Para minha surpresa, Henrique disse que as nossas famílias tem algo em comum, mais exatamente um vínculo no terreno das perdidas emoções. Explico: meu futuro genro é de Boa Esperança, Minas.
Pois muito bem, um belo dia Lamartine Babo foi homenageado em Boa Esperança, lá por volta dos anos 30 ou 40. Neste dia, Lamartine conheceu uma tia-avó de Henrique, uma mulher belíssima e de quebra bastante inteligente. Lamartine caiu de amores pela moçoila.
Lamartine voltou ao Rio de Janeiro e começou a escrever para esta tia de Henrique.
Segundo ele, eram cartas apaixonadas. Sua tia gentilmente respondia a todas sem alimentar ilusões em Lamartine. Algum tempo depois, Lamartine voltou a Boa Esperança para tentar um compromisso com a moça. Não obteve sucesso e desiludido voltou ao Rio de Janeiro.
Algum tempo depois, todas as rádios do Brasil divulgavam a inesquecível valsa "Serra da Boa Esperança". Seguramente uma esperança perdida diante da recusa da bela dama de Boa Esperança.
Mas como o destino é matreiro e a roda da vida gira, um belo dia o sobrinho-neto da dama de Boa Esperança veio a se apaixonar por minha filha caçula, a bela Antonella. De certa forma aquele amor frustrado nos antigamente voltou 3 gerações depois para unir os Resende e os Carvalho e redimir Lamartine Babo.
  • NO TEMPO DO NASH

    Quando moramos - eu e minha família- na Rua do Ouro, em Belo Horizonte, no final dos anos quarenta, era festa saber que íamos passar o dia na casa da Tia Áurea. 


    “Domingo, vamos lá ao Hermínio”, papai avisava alegre.

    De bonde, com uma breve passadinha no Parque Municipal para dar comida aos macacos (um quase arrancou meu dedo, uma vez), andar de carrocinha de bode e se divertir com os patos no lago artificial. 
    (na foto, Nilo, eu e Cristina)
    Num bar de mesas redondas e tampos de mármore branco na Avenida Afonso Pena, papai tomava uma cerveja com amigos enquanto a gente saboreava uma novidade: picolé de coco com cobertura de chocolate, enrolado em papel celofane. O irmão mais velho do Eskibon. 

    “Picolé de papel elefante”, minha irmã sempre pedia, provocando risos.
    Ficávamos aflitos para chegar logo àquela casa de muito jardim e quintal com mangueiras, em Lourdes, ao lado do Minas Tênis.
    Lá, como sempre, acompanhados o tempo todo das deliciosas guloseimas da competente cozinheira Prima.
    Saudade dela. Como cozinhava! A vida inteira dedicada aos meus tios: chegou mocinha na casa e criou todos os primos. Só saiu quando Deus chamou.

    De vez em quando, um passeio no Nash 49, azul escuro-brilhante, com a meninada no banco de trás,
    Tio Hermínio ao volante, o cachimbo sempre aceso no lado da boca, conversando sem parar com meu pai. Não paravam de dar risadas.

    Casos novos e antigos de Boa Esperança, no sul de Minas, para onde a gente se mudou em seguida e vivemos uma época inesquecível, no começo dos anos cinquenta. 
    Como se fosse um conto de fadas, com a benção das tias, Augusta, Helena, Marinha, Branca, Marília, Dora e Celina. 
    Todas nos adulando muito e sempre carinhosas com minha mãe, Luisinha, que nunca se esqueceu daquele tempo gostoso de receitas de doces cristalizados e mil jeitos de se fazer arroz com suã.
    Para nós, meninos, o paraíso.
    Pescarias no Rio Grande, passeios inesquecíveis pelas velhas estradas de terra circundando as serras e os cafezais das fazendas: ou no Ford 29 do Tio Pacheco ou na baratinha (Chevrolet 33) do Tio Gigico. O porta-malas abria-se todo, virando um segundo banco de trás, onde nos amontoávamos, primos e primas, o vento frio da Serra da Boa Esperança batendo nos rostos felizes. 
    Depois, mudamo-nos para Montes Claros e perdemos um pouco do contato.
    Da casa do Tio Hermínio da Rua Espírito Santo, em Belo Horizonte, meu pai, Aluízio, continuou trazendo as notícias. Dos filhos, dos netos, nascimentos e casamentos, sempre com aquele seu jeito entusiasmado, não poupando rasgados elogios à inteligência e bondade do querido irmão mais velho, principalmente na sua gloriosa carreira na medicina.
    Com o maior orgulho e todos os detalhes!
    Anos depois, quando vim morar em Belo Horizonte, voltei a ver o velho tio, com alguma assiduidade.
    Conversas afetuosas de tio e sobrinho, onde sempre, a meu pedido, contava os casos que eu ouvia no banco de trás do Nash. 
    Era quando me transportava no tempo e me via dando as mesmas risadas com ele e papai, como se fosse em 1949.
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  • Patricia Mfp Flavio é o do meio.
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  • Fernando Antônio de Carvalho Adorei o seu texto, Patrícia. Ele me fez voltar no tempo e reviver algumas passagens idênticas às vividas por você. 
    Em vez do picolé embrulhado em "papel elefante", eu e minhas irmãs, pedíamos quebra-queixo e sorvete de baunilha.
    Contávamos os dias para as férias chegarem. De férias, direto para a fazenda de vovô, em Oliveira Fortes, Minas. Em vez do Nash, aboletávamos em um Jeep Wyllis e seguíamos sacolejando pela estradinha de terra de pouco mais de 30 Kms, partindo de Santos Dumont.  O melhor era que todos os primos cumpriam a mesma rotina todos os anos, de dezembro a fevereiro. Éramos 7 ao todo: eu, minhas duas irmãs e os primos Álvaro, Edna, Tadeu e Júlia Márcia. E mais 3(Chiquinho, Salomé e Glorinha), que moravam em Oliveira Fortes. Bastava caminhar 1,5 Km para chegar à fazenda de vô - o vetusto Coronel Francisco Ferreira de Carvalho(Chico Marciano para os íntimos).
    Eram quase 90 dias de pescaria, nado no Rio Formoso, expedições pelas matas das redondezas, brincar de fazendeiro com currais feitos com pedacinhos de bambu cortados exatamente do mesmo tamanho, bois, vacas e bezerros feitos com sabugos de milho. A ponta do sabugo era o bezerro. O dinheiro eram as folhas de café - verdinhas e brilhantes. Toda noite, após os pique-esconde, brincadeiras e cantigas que não existem mais, os casos de assombração do Vicente, agregado de vô. As 9 horas em ponto, vô mandava desliga a luz da fazenda. Todo mundo para as quartos. Camas rústicas e colchões de palha. Hora de reviver os casos assombrados do Vicente e das apostas para ver quem teria coragem para ir à cozinha.
    Farra e zoeira, até vô dar um espalho e mandar todo mundo dormir.
    Os almoços e jantares maravilhosos eram feitos pela nossa "Prima", a Lourdinha, que nasceu na fazenda e lá morreu sem cozinhar para outra família que não fosse a nossa. Enfim, querida, nossas lembranças têm muito em comum.
    Recordações de um tempo em que se vivia de verdade, sem as ilusões consumistas do mundo de hoje. Nossa infância foi maravilhosa e tenho muita pena das garotada de hoje com seus computadores, celulares e leptops. Passam o dia com os olhos vidrados nos aparelhos em vez de pescar, ouvir os contos da Carochinha, brincar na enxurrada, jogar bolinha de gude, empinar papagaios, brincar com bonecas de paina, pular corda, jogar pião, queimada. Pé no chão, descalços, livres, leves e soltos, com a hora de chegar em casa determinada pela hora do almoço e do jantar. Nossas "casas" com quintal, portas e janelas sem trancas, muros altos e cerca elétrica. Nossas vidas em nosso país ainda rural, com cheiro de terra molhada; religioso, ordeiro, pacífico. Um Brasil perdido no tempo da inocência, simplicidade e romantismo.
    Antes que eu me esqueça, você citou Boa Esperança e ai mais uma coincidência: meu futuro genro é de lá. Vou te encaminhar um acontecido(verdadeiro) sobre Boa Esperança: uma bela história que quase ligou minha família a de meu futuro genro.

28/01/2015

UM SONHO

Dias atrás perdi o sono e, como todo mundo, comecei a viajar na maionese. À medida que o tempo passava, os pensamentos iam e voltavam caóticos passeando por vários temas: esportes, política, filhos, netos, compras por fazer no mercado e assim por diante.
Depois de algum tempo adormeci e sonhei o sonho que agora relato.
Estava em Santos Dumont-MG, logo após a Capa do Mundo de 70.
Papeava com amigos em uma mesa de bar. Na roda de papo, eu, Tiliu, Eduardo Ângelo, Evaldo e Hamilton. De repente chegou um conhecido nosso do qual não me lembrava o nome. Puxou uma cadeira que não lhe fora oferecida e, sem mais nem menos, declarou-se possuidor do dom da vidência.
O papo rendia e à medida que um determinado assunto vinha à baila, o palpiteiro vidente metia a colher fazendo as suas previsões.
Evaldo começou a falar de política e foi interrompido com a previsão de que lá por volta do ano 2004, 2005, o Brasil seria o país mais corrupto do mundo. Negociatas e maracutaias gerariam propinas da ordem de bilhões de dólares. Os escândalos seriam semanais e os envolvidos, leves, livres e soltos, sairiam impunes. O congresso nacional teria quase de 40% de seus membros condenados em várias instâncias da justiça e por aí afora. Risos gerais...
Tiliu, flamenguista doente, comentava o campeonato carioca, quando o "vidente" disse, em alto e bom som, que o Brasil perderia por 7 x 1 da Alemanha em uma Copa não muito distante. Quase apanhou.
Quando comentei o absurdo do arrombamento de uma casa comercial da cidade, o gaiato disse que isto não era nada e que após a virada do milênio, a crime tomaria conta do Brasil. Disse que seriam cometidos mais de 150 assassinatos por dia; que meninos de 12 anos assaltariam a mão armada e que matariam gente como se mata uma barata. Continuou dizendo que os morros do Rio de Janeiro seriam estados independentes sustentados pelo comércio a céu aberto de maconha e drogas novas e desconhecidas.
O papo derivou para a dificuldade de se dar um beijo caprichado na namorada antes do namoro completar um mês. O sapo astrológico pegou pesado e disse que num futuro próximo seria comum meninas de 12 anos serem mães. Quase apanhou de novo.
Evaldo e eu começamos a falar de religião e mala interrompeu dizendo que antes de 1980 teríamos um Papa polonês e que um montão de padres comeriam meninos e meninas. Aí não teve jeito e o dito cujo levou uns cascudos. Continuou rodeando a mesa e acabou voltando, apesar das nossas ameaças.
Voltamos à política e o sapo previu que vários ministros de estado e outras autoridades corruptas veriam o sol nascer quadrado em penitenciarias de Brasília. Continuou com as suas profecias apocalípticas. Possesso subiu em uma cadeira e disse que o Brasil teria um Presidente da República pé-de-cana, semi-analfabeto e ladrão.
A esta altura, já olhávamos o maluco com piedade.
Acordei de repente e continuei a suar frio, dentro da nossa terrível realidade.

27/01/2015

Humor(Série Faz-me Rir)
REUNIÃO MINISTERIAL PARALISA TRÂNSITO NO EIXO MONUMENTAL
EIXÃO - A reunião de hoje da Presidanta da República com os seus incontáveis ministros causou grande confusão na principal artéria de Brasília. 
As comitivas dos ministros composta de assessores, parentes, agregados, colaboradores, amigos, puxa-sacos e oportunistas, a maioria aboletada em carros oficiais, congestionou o eixo monumental justamente no horários do rush matinal.
O engarrafamento recorde atraiu grande número de vendedores de pipoca doce, balas, água mineral e outros produtos de ocasião, aumentando a balbúrdia já agravada pelo buzinaço dos motoristas estressados.
O Detran/DF, Associações de Pais e Mestres, Ong's e outras entidades interessadas estão se mobilizando para pedir a transferência das futuras reuniões ministeriais para o estádio Mané Garrincha que, a propósito, tem a sua lotação máxima compatível com o ministério e suas respectivas troupes.
As entidades citadas cogitaram ainda solicitar a proibição do trânsito de políticos no eixão, opção logo descartada, uma vez que a classe política raramente frequenta a capital da república.
A reunião ministerial não tem dia e hora para acabar, uma vez que a Presidanta deverá dirigir-se a cada um dos ministros. Também é previsível que uns e outros teçam considerações a propósito de suas respectivas pastas, prolongando a reunião muito provavelmente até a próxima sexta-feira.
Hai Kai
Penso
que penso.
Logo
inexisto.
Reeditando com pequenas correções

CORDEL DA CHEGADA DO LULA AO INFERNO
As estrepolias do tinhoso nas profundezas.
Enfim, Lula viu chegar o seu dia
que veio em hora incerta
lá por volta do meio-dia
num churrasco arretado
onde o endiabrado
comeu mais que devia
encharcado de 51.
Primeiro veio a tonteira
e um zumbido na cabeça,
e antes que eu me esqueça,
agravou a indigestão
faturar a secretária
que chamou na responsa
e se fazia de sonsa
pra não chamar a atenção.
Foi um Deus nos acuda
e a farra teve fim.
A ambulância chegou ligeiro
e o motorista perguntou:
E agora, pra onde eu vou?
Vou pro Rio de Janeiro
ou pro Sírio Libanês?
Seu Gilberto de Carvalho,
prestativo e companheiro,
dispensou o motorista
e depressa correu a vista
nos presentes assustados.
Achou o Aécio num canto
onde estava disfarçado
de petralha convidado
e pediu logo emprestado
o helipóptero ajeitado
que estava estacionado
atrás da moita de capim.
Aécio que é bom moço
não se fez de rogado
e até emocionado
emprestou a aeronave,
mas antes teve o cuidado
de amoitar o pacote,
muito bem amarrado,
que o comandante descuidado
deixou em cima do banco
salpicado de um talco
ainda a pouco cheirado
pra poder entrar cheiroso
no ajeitado churrasquim.
Lá se foi o pó pi pó pi pó pi
levando o Lula dentro
direto pro hospital.
Mas o tolo comandante
achando que era legal
pousou na fila do SUS
para a aflição geral.
Foi quando Gilberto Carvalho
tomado de ira insana
tomou o manche
e mandou o comandante
para a casa do caralho.
Sua besta quadrada
este aqui é o presidente
que está ainda quente
e vai sair desta roubada.
No heliponto do hospital
de gente fina pousado
o nosso ex-presidente
foi direto ao CTI.
Mas deu um azar danado
e um médico plantonista
não deu conta do recado.
Depois de choque no peito
e respiração boca a boca
o médico embriagado
caiu num canto escornado
pra espanto dos presentes.
Neste dia nefasto
partiu desta pra pior
o nosso ex-dirigente
que se sentia melhor,
pois agora flutuava
vendo de cima seu corpo
dele mesmo bem morto
na mesa de cirurgia.
Clarão e luz branca, que nada.
Abriu-se uma porta sinistra
e dela o fogo vazava
a se perder de vista
e a todos chamuscava.
Piorando a situação
bem na porta do inferno
tinha um grande cachorrão
cujo nome era cérbero
que tinha muitas cabeças
todas elas mordendo
a bunda de quem apareça
as mordidas merecendo.
Com a ajuda de um capeta
Lula foi se esgueirando
e no inferno entrando
ileso desta falseta.
Em seguida conduzido
à sala do capeta chefe
onde ainda destemido
encarrou o mequetrefe.
Mas logo foi enquadrado
sentenciado e jogado
num enorme caldeirão.
E ali em fogo brando
foi logo se acalmando
e avaliando a situação.
Foi exato neste instante
quando Lula olhou pro lado
e quem foi que ele viu?
Minha nossa, é minha sogra!
Mais que azar, tô lascado,
puta que pariu.
Uma troca de ofensas
deu início ao diálogo
que nunca o inferno viu.
Sai pra lá cabra safado,
tiveste o fim que merecia
e aqui bem passado
vão te servir no banquete
que vou assistir de tamborete
na mesa do endiabrado.
Olhe só quem fala,
peçonhenta megera,
não sabes o que te espera
tu vai ser a sobremesa.
Mas já tô até com pena
da capetada esfomeada.
Vai tudo morrer de gangrena
indigestão ou caganeira,
pois tu é comida estragada
e não há bicarbonato
que salve do assassinato
os capeta envenenado
com veneno sem igual.
Vai tudo passar mal
e cair estrebuchando
aos poucos agonizando
olhando pra tua cara,
todos fazendo careta
mais feia do que carreta
que bateu bem de frente
na Kombi cheia de gente.
Mas o tempo foi passando
e o Lula se acostumando
com a quentura do inferno.
Preciso dar um jeito
de fundar um sindicato
pros cabra semi-letrado
inguinorante que nem eu.
E foi o que sucedeu.
Logo no dia seguinte,
vejam só que acinte,
logo logo o pau comeu.
Piquete e passeata
pedindo ar condicionado
e muito ventilador.
Belzebu então se mexeu
cuspindo fogo nas venta,
mascando abelha e pimenta
e cuspindo marimbondo
condenou Lula no ato
por crime hediondo
insurreição e desacato.
Ligou pra São Pedro
pediu audiência ao Divino
que de pronto recusou
e mandou de volta o recado:
o diabo que se vire
quem mandou dar mole
pra este cabra safado
nas suas entranhas criado
para o Meu dissabor.
Belzebu apavorado
e sem saber o que fazer
teve uma ideia porreta
para o caso resolver.
Casou Lula com a sogra
condenando de com força
por toda a eternidade
o infeliz a sofrer.
Por todo o universo
hoje se escuta o berro
de Lula a se debater
tentando fugir da sogra.
E pernas pra que te quero.
Lula preferiu o inferno
e jurou se emendar.
Pediu outra oportunidade
e se pra Terra voltar
prometeu ser cabra decente
e não enganar tanta gente.
Vou fechar o meu curral
onde banquei o coronel
trazendo no cabresto
este povo inocente
que até hoje acredita
em mim e em Papai Noel.
Nunca mais bolsa família,
bolsa isso, bolsa aquilo.
Vou vender comida a quilo,
retrato de santo e espelho
na feira de São Cristovão.
Enquanto esse dia não chega
preferiu voltar pro inferno
pra fugir da assombração.
Antes o padecer eterno
a viver acorrentado
a esta mocréia nojenta
que vivente nenhum aguenta.
Prefiro jiló com pimenta
ou refogado de enxofre
que por minha guela abaixo
ainda é melhor, eu acho,
do que suportar esta véia
muito mais agourenta
do que galinha de despacho.
Os quintos dos inferno
há de ser bem melhor
que o inferno onde padeço
entregue à peçonhenta
que me bate e me arrebenta
sem nenhuma compaixão.
Que pague os meus pecados
em eterna expiação.
E aqui acaba o causo
descrito com exatidão.
Meu relato é verdadeiro
e juro de pé junto
que a história do presunto
foi contada por inteiro
e sem nenhuma omissão.
Se duvida, vá a um terreiro
e pergunte ao preto véio
onde é que o Lula mora.
Confirmado o endereço
nos abismos infernais
dá pra sentir o cheiro
de Lula à pururuca
servido com couve
angu, ovo e tropeiro
por um capeta mineiro
recém chegado das gerais.
Reeditando poesia
BALA PERDIDA
Vinha eu calmamente pela rua 
quando, não mais que de repente,
bala pedida cortou o ar sem direção.
Senti o impacto, a vista turvar, cai.
Parece que morri. Vi a luz branca.
Flutuei... virei um ghost.
A última coisa que me lembro
foi um par de olhos verdes
ainda fumegantes. Os teus olhos
fulminantes, a rir-se sem compaixão

26/01/2015


Emocionante: Padre faz surpresa para os noivos e os aplausos foram inevitáveis.ComportamentoCuriosidades25 de janeiro de 2015 O Padre irlandês...
EXPRESSOFEMININO.COM.BR|POR PAULO SIQUEIRA
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  • Fernando Antônio de Carvalho Já repassei este vídeo maravilhoso mais de uma vez. Só que agora tem um algo mais: as versões anteriores não tinham a tradução da letra desta linda canção do espetacular compositor e cantor Rufus Wainwathity. Esta não é a original e foi adaptada para a cerimônia pelo criativo e sensível padre irlandês. Ficou perfeito. imitando a Globo, vale a pena ver de novo.

25/01/2015

compartilhou a foto de SOU BH.
1 h ·
Cafézinho pra não fazer desfeita.
  • Você curtiu isso.
  • Fernando Antônio de Carvalho