Reeditando poesia

JOVEM GUARDA

Hoje eu acordei
com saudade de você.
Fui para a praça
tomar um banho de lua.
O meu coração de papel
quase rasgou ao ouvir
os acordes da nossa última canção.
Culpa do último cupido
que em noites de lua cheia
me esquece à beira do caminho,
ferido, triste e sozinho.
Pouco mais que nada,
sou apenas um alguém na multidão.

Quero ver a banda passar
permeando entre os dobrados
uma canção que você fez pra mim.
Volta. Faça alguma coisa
pelo nosso amor.
Minha vida é um filme triste.
Há de ser a tua volta
a minha última canção.

Minha vida é triste rotina
sem você, gatinha manhosa.
Minha ternura antiga
e todo o meu carinho
vou guardar pra você.
Não se esqueça de mim.
Eu preciso de você,
amada amante.

Debaixo dos caracóis dos teus cabelos
aninham-se os meus traumas,
meus dedos e desejos.
E quando eu for falar com Deus
ou com Nossa Senhora
lá no alto da montanha,
diante do horizonte,
vou pedir por meu amor antigo.
Os detalhes são segredo
do meu triste coração.

Nas estradas de Santos
eu daria a minha vida
pelo avesso do tempo
e por meu amor antigo.

Minha canção pra você
há de ser uma sonata.
Não quero ver você triste assim.
Aquele beijo que eu te dei
o tempo até pode apagar.
Mas então volto para
o meu pequeno cachoeiro,
para as recordações antigas,
no banco da praça
que espera por nós.

Vista a roupa meu bem.
Abra a janela e a cortina
acolha o sol e a brisa.

Aqui, agora e sempre,
é todo teu o meu carinho.
E um splish splash no escurinho
hei de roubar, com jeitinho,
pois não há neste mundo
boca mais quente e doce
do que a tua oferecida
nem amor maior do que o meu.