Artigo muito bem escrito mas um pouco radical. Não imaginava que as pessoas ficassem tão absorvidas pelo Face. Aí são outros quinhentos: é vício e malefício. Tirando os excessos, vejo o Facebook como uma ferramenta extraordinário para aproximar pessoas em geral e amigos, em particular. Sou do tempo em que uma ligação telefônica dependia das condições do tempo, do bom humor da telefonista e da existência do próprio aparelho - um luxo para poucos. Então, tudo que facilita a aproximação das pessoas é uma coisa maravilhosa. O negócio é usar o veículo com moderação. A água é uma dádiva divina, mas em excesso faz mal a saúde. Pode afogar um cidadão. Pela parte que me toca vou ao Face não mais do que 3 horas por dia. Escrevo o tempo todo. Viajo pra dentro de mim mesmo com as minhas poesias, meto o cacete no governo, dou meus pitacos sobre tudo e mais um pouco. Enfim, me divirto paca. A diversão continua na curtição dos comentários e postagens de meus poucos amigos virtuais. E neste ponto a autora do texto tem razão. As pessoas tem milhares de amigos que nunca viram. Boa parte deles podem tem a profundidade de um pires, a cabeça do tamanho de um alfinete e dentro dela, meia dúzia de neurônios ativos. Normalmente estes são aqueles que postam centenas de citações e textos atribuídos a Cecília Meirelles, Carlos Drummond de Andrade e principalmente a Clarice Lispector. Este trio notável e outros mais ou menos, se vivos, fariam jus a direitos autorais para enriquecer seus descendentes por mais de 10 gerações. O Facebook descobriu um veio riquíssimo em um mundo onde o contato entre as pessoas está virando uma pepita rara ocasionalmente reluzindo lá no fundo da bateia. O perigo (e neste ponto concordo com a autora) é fazermos do Face um garimpo, lá nos cafundós da obsessão e poluirmos nossas mentes com o mercúrio da alienação. A vida é muito maior do que o Face. E nos oferece, através de um bom livro, um bom filme ou mesmo numa pelada solteiros e casados, a oportunidade de receber da vida o que a vida tem de melhor: emoções singelas e insuperáveis. Tem coisa melhor do que jogar conversa fora, molhando a palavra com birinaites acompanhados de torresmos e outras tirimbambas?
VULTOSDADESCONSTRUCAO.BLOGSPOT.COM|POR MAURÍCIO K.
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