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02/11/2019

FINADOS
Morram longe
talvez num planetinha púrpura
em órbita de Aldebaran
ou Altair.
A cidade de luz
é enorme.
Tem mais moradas
do que do que supõe
a nossa vã tecnologia.
O granito frio,
a lápide
a cruz e a estrela
são apenas marcos.
Indelével é a saudade:
um pulsar no peito.
Dispenso o campo santo,
as flores e a lágrima tardia.
Dispenso o pranto,
as dores e a letargia.
Diante de mim
os retratos falam.
Não respondo.
Não é preciso.
Orar é preciso
em qualquer fé,
na medida do possível,
em qualquer religião.

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