Estou convalescendo de uma erisipela. Julgava tratar-se de uma doença pé-de-chinelo. Convenhamos que o nome não impressiona - é meio chinfrim e o seu CID deve começar por "zero".
Ledo engano...14 dias internado(4 em CTI) e mais 6 vendo a vó pela greta, sem posição e dormindo à prestação.
Ontem, para variar, a perna doía sem parar e o sono foi para a cucuia.
Ler? Não. TV? Também não. Poker on line no PC? Como, se o melhor jogo do mundo requer concentração e raciocínio rápido?
Tentei rezar, quitando um pouco do meu passivo acumulado através de orações esporádicas.
Acontece que minhas preces passam ao largo do convencional. Quando oro, falo com Deus do meu jeito. As palavras fluem e não raro perdem o sentido porque acho que rezar pode ser uma redundância. Ele sabe de mim. Sabe de tudo que se passa em minha alma. Ele me conhece muito antes da minha concepção. Então, tudo o que falo e sinto pode não passar de um chover no molhado. Talvez por isso eu reze pouco.
Ontem, apesar da perna doendo, rezei. O problema é que a dor impedia um mínimo de elevação. Falava com Deus e com a Compadecida ao mesmo tempo. Pedia a Ele e agradecia a Ela, e vice e versa, divagando minha fé em voo rasante.
Depois me lembrei dos santos que admiro. Minha oração era uma febre terçã e eu divagava pelas hostes celeste perdido entre todos os santos que me vinham à lembrança.
Comecei a rir de minha confusão e quando já desistia de prosseguir com a minha desculpável heresia, lembrei-me de um santo que ainda habita o plano dos encarnados.
Lembrei-me do Bom Francisco e especialmente de uma postagem no Face em que ele sorria aquele sorriso dos iluminados. Me peguei com Francisco, o Bom.
Pode parecer uma tolice, mas Francisco veio na medida certa e a minha oração bombou e subiu feito rojão.
Francisco despertou os meus melhores sentimentos e resgatou as virtudes que me restam.
Perdoem-me as divindades e as santidades. De hoje em diante vou rezar mentalizando a pureza, a bondade e a humildade de Francisco.
Tudo que o coração dos homens preserva de sublime tem a ver com sorriso de Francisco.
Francisco é o meu santos de todos os dias. Deus me perdoe se uso Francisco para chegar mais perto de Seu Divino Coração. Perdoe-me também a Compadecida. Eu os Amo do meu jeito imperfeito e limitado.
Habito o vale de lágrimas (como dizia minha saudosa vó Glorinha) e nesta condição terrena, por mais que eu queira jamais vou saber expressar a minha gratidão a Deus por ter separado um centelha de Si para me dar à luz.
Francisco, o Bom, está ao meu alcance e mais próximo de minhas imperfeições. A ele possa dar a mão e por ele posso ser amigavelmente conduzido para o alto.
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