José Eustáquio Antunes

lmente, crianças estão morrendo de fome. É muito triste isso tudo.
No vídeo, aparecem duas crianças com paralisia infantil, a terrivel poliomelite, deitadas no chão, destrunidas até quase à morte. O pessoal q faz o vídeo, dá a elas alguns biscoitos, alimentação suficiente para animá-las a se sentar. Antes, são lavadas por sua irmã maior(?????) de 8 anos, a qual as alimenta, antes de alimentar a si própria, vinda de uma caminhada de quilômetros para conseguir e trazer água para o seu intento. Oito anos e toda a responsabilidade de cuidar dos irmãos mais novos, é sua. O pessoal q filma o momento diz q vai cuidar das crianças. Oxalá.

Eu me senti completamente envergonhado e sem esperança na humanidade e, certamente, em mim mesmo. Vergonha de ter me alimentado hoje, ontem e nos demais dias de minha vida. Vergonha de nada fazer para atenuar tal situação, já q não creio q, através de alguma ação, alguma atitude de minha parte, a miséria dilacerou menos a vida dessas criaturas. Há muita gente precisando de nós mais q nós mesmos. Que Deus nos dê a vontade de servir aos menos favorecidos e q façamos isso com amor ao próximo, mesmo q esse próximo esteja longe. O mesmo coração q abriga sentimentos negativos, pode ser povoado de altruismo e bondade. Que Deus nos fortaleça na vontade de ajudar o próximo!

OPINIÃO

Fernando Antonio de Carvalho: À fome e à miséria na África se soma o descaso com os desesperados que fogem do esfacelamento da Líbia, da guerra civil na Síria e das atrocidades do estado islâmico. Milhares morrem na tentativa de atravessar o Mediterrâneo.

Indiferente a tantas mortes e sofrimento, a rica Europa ignora as tragédias e protela as soluções que deveria adotar para socorrer ou pelo menos prestar ajuda humanitária aos refugiados.

Durante todo o século XIX e até meados do século XX, França, Inglaterra, Bélgica e Alemanha praticaram um colonialismo selvagem e predatório, espoliaram o continente e escravizaram os nativos. Neste contexto de indiferença e insensibilidade, a Itália tem sido a exceção, e dentro de suas limitações, tem sido solidária com os miseráveis em fuga.

A Europa tem uma dívida impagável com a África. Sua riqueza e prosperidade foi construída em grande parte com as riquezas dos países africanos; com o sangue, o suor e as lágrimas de nações e tribos subjugadas. Pobre Europa, um dia a conta vai ser apresentada e o acerto de contas no plano espiritual há de ser terrível.