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26/09/2014

PRESENÇA
Não se esqueça de mim...
Na caixa forrada de veludo
repouso na escuridão.
Assopre a poeira e o tempo
e todo o esquecimento
do fundo do coração.
Não se esqueça de mim...
Me reserve um sexto sentido
ou um leve intuição.
Não me esqueço de mim...
O teu retrato carrego
junto ao relicário
desta estranha devoção.
Minha heresia é pecado
não dito, inconfesso
nos templos e altares
deste culto pagão.
O tic-tac do relógio...
o pingo na pia pingando...
O quarto desleixado,
o silêncio e a noite.
O teu breve sorriso
entre uma e outra lembrança
sorriu de novo pra mim.

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