08/09/2014
Não deu para compartilhar, então vou relatar a cena: um colega facebuquista postou uma linda e bucólica cena: à beira de uma estradinha caipira, lá na suíça, uma bancada, uma cesta com ovos, embalagens para transportá-los e uma latinha para os eventuais compradores deixarem a grana. Como sou um espírito-de-porco, vou contar a mesma história, agora na versão tupiniquim: A quadrilha rouba os ovos e o dinheiro. Aproveita que o lugar é ermo e assalta a propriedade. Oba !... a polícia estava por perto e pega os meliantes com a boca na botija. O líder dos bandidos faz um acordo com os policiais que libera a corja em troca de uns caraminguas. Os bandidos não estão em um bom dia e são apanhados logo adiante em uma barreia da PRF. Flagrante. O produto do roubo é encontrado e todos são presos. Eram 3, sendo 2 "di menor". O "de maior" está em cana aguardando as benesses da lei, progressões de pena e outras regalias institucionais. Os "di menor" são recolhidos em uma unidade correcional e são libertos dias depois. Após, voltam ao sítio onde roubaram os ovos e o dinheiro e desta vez matam o proprietário e estrupam sua mulher. Voltam para a unidade correcional e 1 ou 2 anos depois estão na rua, aprontando suas "artes". A comunidade próxima ao sítio assaltado, indignada, aciona as mídias e o caso repercute em Brasília, onde uma comissão é formada para tomar providências e exigir que o judiciário atualize e reforme, respectivamente, os códigos Penal e de Processo Penal. A comissão apresenta um projeto de lei que passa antes pela CCJ. Esta dá o seu "de acordo" e a matéria vai ao plenário. O tema é polêmico e envolve direitos e garantias individuais, além de direitos de crianças e adolescentes. Ong's entram no circuito. Sociedades de proteção e amparo ao menor e igrejas idem. A oposição exige emendas e diante da dificuldade para aprovação do projeto, a base aliada se vê obrigada a comprar votos e enfim (ufa!... ) este é aprovado. A partir de agora, os "di menor" vão ficar em casa, mas obrigados a frequentar sessões semanais de acompanhamento psicológico. Todos ficam felizes. Agora há uma luz no fim do túnel. Os delinquentes infanto-juvenis vão tomar jeito, uma vez que foram orientados e recuperados por profissionais capazes e comprometidos com a reintegração destas crianças desafortunadas à sociedade. Que maravilha!...Chato é que meses depois, estas mesmas crianças levadas da breca voltam à região daquela sítio lá no início da história e, de novo, assaltam e matam. O sítio não tem mais dono. Desta vez os herdeiros foram as vítimas. A mídia repercute e o caso que vira matéria no Fantástico Show da Vida. Brasília entra no circuito e nova comissão é formada. Outra vez dificuldades na aprovação da matéria. Nova compra de votos e tudo termina bem. Um porém: os "dei menor"(ai, ai, ai...esses meninos!...) subiram na vida e após estágio como fogueteiros-vigilantes no morro, agora são traficantes !de responsa". Aí, meu Deus....vai começar tudo de novo!...
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