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11/09/2014

CORDEL SOBRE UMA MOÇA QUE CAIU DE PARA-QUEDAS EM DESASTRE DE AVIÃO.
E NEM BEM CHEGOU AO SOLO JÁ QUER SENTAR NA JANELA E COMANDAR A NAÇÃO.


Lá pras bandas do norte,
num estado muito pobre,
nasceu uma moca simples,
cujo nome bonitinho
não tem nada de nobre,
nem sobrenome de porte.
Sua graça é Marina,
da enorme família silva,
mais comum que bolacha,
solado de borracha
ou biscoito de água e sal.



Imagine uma moça sem graça
desenxabida e feiosa,
sem tempero e sem sal.
Agora adicione à receita
erva amargosa, jalapa,
colher de óleo de rícino
e de fígado de bacalhau.
Se quiser ponha pimenta
e veja se você aguenta
esta receita mortal.


Pertence à igreja de crente
do amigo pastor Malafaia
onde impera a crença
que o dízimo nunca faia
e garante lugar no céu.
Moça valente e corajosa
novinha tomou partido
em defesa da floresta.
Partiu pra luta penosa
porque a luta que presta
tem que fazer alarido
dentro e fora do partido
e em grande polvorosa.


Marina virou notícia,
tanto fez e aconteceu
que saiu até em jornal
do agreste e capital.
Entrou logo pra política
virou vereadora
e coisa e tal.
Subindo que nem foguete
foi aprendendo o macete
para em Brasília se dar bem.
Não é que virou senadora
fez discurso e sonhadora
queria o Brasil uma selva
com muito índio e macaco
açaí, macaxeira e sapo.


Virou amiga do Lula
do movimento sem terra
e de tudo que era ong
na capital federal.
Agora quer plebiscito
pra conselho nacional
decidir em praça pública
os destinos da nação
dando solene banana
pro congresso nacional.
Dureza é que o tal plebiscito
já tem mais assinatura
do que em abaixo assinado
de comunista militante
em congresso internacional.


Logo depois virou ministra
do amado meio ambiente.
Vetou projeto de usina
estrada, porto e indústria.
Luz, só de lamparina
estrada longe de tribo
e porto autorizado
só com licença ambiental.


Mais Marina enxerga longe
e pegou carona no bonde
da eleição pra presidente.
Como não tinha partido
saiu pela tangente
e sem muito alarido
logo logo foi aceita
em partido incipiente.
Desse modo e desta feita
compôs a chapa quente
pra ser vice presidente.


Sem chance na disputa
quis o destino interferir
e o avião da campanha
deu pane e veio a cair
matando o candidato.
Maria do dia pra noite
virou santa e beata.
Hoje as massas arrebata
e tem chance de vencer,
botando a faixa no peito,
bem mais à esquerda
e com o direito
do Brasil comandar.


Mesmo com voz de taquara
e a cara que não ajuda
a nova vovó dinossauro
lidera as pesquisas e muda
o quadro eleitoral.
E pelo que me parece
e a sorte madrasta indica
o plano "B" do PT
tem tudo pra se dar bem.
Sai Lula, entrou Dilma,
agora é a vez da Marina
que a todos fascina,
menos ao eleitor consciente.


Assim o mar vermelho
já sobe a dar no joelho
da pobre nação brasileira.
Por mim vou pegar meu terço
e orar pra tudo que é santo
por quem eu tenho apreço.
Da Compadecida beijo o manto
me pego com Padim Ciço,
acendo vela em feitiço
faço promessa e esconjuro
o dia da eleição.


Vou-me embora para Pasárgada,
lá sou amigo do rei.
Terei a mulher que eu quiser
na cama que escolherei.
E mesmo que não a tenha
terei pelo menos a cama
e nela eu dormirei
até que outro dia venha
e eu acorde aliviado
deste sonho mal sonhado
com tanta assombração.


A terra de Santa Cruz
merece melhor sorte.
Eu não quero mais um poste
fincado no planalto central.
Prefiro me mudar pro norte,
pegar dengue e malária,
fazer promessa de joelho
na escada da Candelária.


Não quero o Brasil vermelho,
mas sim verde e amarelo.
Verde que te quero verde,
amarelo cor de ouro.
Minha pátria, meu tesouro,
não merece este agouro,
Marina rabo de saia,
receba em meu nome a vaia
de uma nação inteira
cansada de marca bobeira
elegendo presidente
que só nos passa rasteira.

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