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19/08/2018

CONTIDO
Pássaro que não voa vive à toa
Escravo do canto que eu não sei.
Pois tudo que vive enjaulado voa
Em mim que só me guardei.
As mágoas, que fossem com brisa
Como as pétalas do dente de leão.
As alegrias, parcas, ralas, à guisa
De venturas, me dessem a mão.
E me libertassem do escuro quarto
Onde lamento aprisionado
Como o acorrentado cão.
O pássaro canta, descarto
A tristeza que vira trinado,
Fugimos da mesma prisão.

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