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13/04/2018

PITACO TRISTE
Acabei de ver no jornal da Globo mocinhas e rapazes da favela de Paraisópolis - a maior e mais violenta de São Paulo ´- apresentando-se para uma das mais importantes companhias de ballet da Rússia.
Como peguei a reportagem pelo meio, presumo que esta maravilhosa iniciativa seja fruto do trabalho da associação de moradores, alguma Ong séria e talvez (duvido) de algum órgão do Ministério da Cultura.
A companhia russa ficou impressionada com o nível técnico dos jovens e, a tal ponto, que convidou a moçada para aperfeiçoamento da técnica e, pasmem, apresentação em Moscou.
Ai fiquei triste porque sempre voltamos ao lugar comum da corrupção vitimando o povo brasileiro, a quem basta incentivo e oportunidade para demonstrar o seu enorme potencial, qualquer que seja a área de atuação.
Pobre povo excluído, negligenciado e roubado por políticos bandidos, empresários canalhas e funcionários públicos safados - todos reunidos em associação para desviar de verbas que frustram a cidadania, a dignidade e a revelação de talentos: executivos, cientistas ou profissionais de destaque.
Assistimos ao genocídio do povão que agoniza nos corredores e macas de hospitais. Enterramos milhares de vítimas do crime organizado e de estradas da morte - sem falar na falta de perspectiva de jovens sem uma educação adequada.
Pior ainda, muito pior mesmo, é matar no berço da cidadania
as esperanças de um Brasil competente, competitivo, par a passo com nações desenvolvidas, prósperas e responsáveis.

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