BREVE...

6 da manhã.
A viatura acompanhada de forte esquema de segurança estacionou em frente à casa "dele".
Tejeprezu Napapuda tirou os óculos escuros com charme. Com o polegar e o indicador limpou a saliva nos cantos da boca. Mãos na cintura, o corpo arqueado para trás, olhou altivo para o andar do prédio onde "ele" mora.
- Vamos cumprir o mandado, rapazes.
- Din Don... Din Don...
- Que que isso, cumpanhera Gleisi?!
- Xiiiiii, querido, deu merda.
- O senhor está preso. Queira me acompanhar, por favor.
- De novo!... Issu é górpi, cumpanheru meganha. Donde nós vai?
- IML para exame de corpo de delito.
- Hã... E dispois, cumpanheru?
- Depois o senhor vai tocar piano.
- Gleisinha, minha filha, essi meganha tá chapado.
A comitiva desfilou pelas avenidas até o presídio acompanhada por multidão carnavalesca.
- Seus pertences, por favor.
- Que que isso, cumpanheru?
- Tudo que está em seu poder. As coisas que o senhor tem nos bolsos.
- Qui seje...
- Uma garrafa de 51, um chiquetes de canela, 2 mil reais, 1 chaveiro do PT, documentos pessoais(CI, passaporte com visto para Cuba, um retrato com dedicatória de Gleisi Hoffman, um dosador para bebidas, um gibi com capa do livro "O Capital", de Karl Marx, 2 palitos de plástico para limpar a unha do dedo mindinho).
- Isto é seu, cidadão. Leve para a sua cela.
- Que que ílson?
- O que o senhor está vendo: um uniforme laranja, um cobertor, 2 rolos de papel higiênico...

E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos
Brilhou no céu da Pátria nesse instante