Após um "acabou, não dá mais para continuar", fui pra casa. Apaguei as luzes da sala e acendi o abajur de pedestal. Rasguei a foto dela para não revê-la toda noite. Dose dupla de uísque. Acendi o cigarro. Liguei a poderosa vitrola Telefunken. Coloquei o meu LP do The Platters. Os primeiros acordes de My Prayer. Impassível deixei as lágrimas molharem o peito dilacerado.
Sobrevivi.
Nunca mais aconteceu de novo. Nunca mais daquele jeito. Fiquei comedido para os amores futuros. Nunca mais tão intenso e avassalador.
O primeiro amor é como uma nódoa no coração, lesão de infarto.
Décadas se passaram. Vira e mexe dá vontade de apaixonar de novo.
Não há mais tempo. Estou outonal.
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