Hoje completei 66 anos. Minha vida não tem sido uma Rota 66 cheia de história, paisagens lindíssimas e carisma. Na verdade parece por demais com uma estradinha caipira. E pensando bem, melhor assim.
Ela pode até não se comparar a outras vidas bem mais emocionantes e pitorescas, em compensação tem sido uma caminhada tranquila, subindo e descendo as serras e montanhas das gerais.
Se ela perde em emoção, ganha em poesia porque a Rota 66 não faz o meu percurso matuto, onde ouço a sabia laranjeira, sinto o cheiro de café fugindo pela janela dos casebres. Minha rota é prateada pelo luar do sertão, tem moda de viola e lembranças com cheiro de mato, curral e terra molhada.
Meu percurso não é emblemático. Não tem lanchonetes à margem: bacon com ovos, waffer, hamburguer e torta de maça. Está mais para arroz, feijão, couve, angu e torresmo. E uma cachacinha. Uma pra mim, outra pro santo.
Tudo é muito comum nesta minha vida. Com simplicidade, vou tocando a vida feliz da vida. Na bagagem, só miudezas. Pouca coisa. Muita coisa, na verdade.
Muitos só descobrem o que realmente importa quando já é tarde demais.
Viva eu, viva tu, viva o rabo do tatu.
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