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23/09/2021

    Fábulas de Escroto

O JUMENTO E O LEÃO

Há muito tempo atrás, no que restou de uma selva mais fechada do que couve flor, chegou a época das eleições para a eleger o bicho rei da bicharada.
Um dos candidatos era o jumento que já fora o rei dos bichos.
Durante o mandato do jumento, este conseguiu ser mais burro do que uma tropa de jumentos.
Para piorar o que já estava péssimo, selva foi saqueada pelos ratos do Partido das Tramoias, com o beneplácido do jumento.
A selva virou serrado. Os ratos comeram até as moitas
sobreviventes.
O outro candidato, o Leão, estava tentando a reeleição após um governo desastroso, belicoso e violento que atentava descaradamente com a democracia conquistada à duras penas em décadas passadas.
Como desgraça pouca é bobagem, uma epidemia vida das matas do oriente grassou sobre a selva.
Sorte que nos reinos das selvas mais ricas e importantes do mundo, vários bichos letrados, liderados pela sábia coruja, criaram vacinas para salvar a bicharada dali e de alhures.
O Leão, genocida como ele só, implicou com as vacinas e mandou que a bicharada tomasse um chazinho de ervas e tanchagens, alegando que a referida pandemia era coisa de viado e a gripezinha piti de bicho fresco.
O vulto negro e nefasto da morte afiou o seu alfanje e fez a festa, ceifando mais bichos do que se podia contar.
Os bichos ficaram em polvorosa porque o jumento e o Leão eram os únicos com chances de abiscoitar o farnel eleitoral.
Reunidos diante da Árvore Sagrada, mãe da natureza, os bicho pedem alforria, socorro e gota de seiva sagrada que seja para quebrar o sortilégio e as moções destruidoras que ameaçam arruinar o reino.
Moral: quando a escolha não tem escolha, melhor se pegar com as divindades.

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