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10/07/2019

Dias atrás perdi o sono e fui para o PC. Clico ali, clico aqui, surgiu um vídeo de um professor de filosofia em sala de aula. O professor dá uma tarefa aos alunos, qual seja a de dissertar sobre a frase "Deus está morto". Um aluno incréu recusa realizar a tarefa.
Neste ponto descobri que era propaganda de um filme.
Droga! Automaticamente abri a janela, pensando no tema, e olhei para o céu meio nublado. Poucas estrelas.
Lembrei-me então que a nossa casa cósmica, a Via Láctea, tem 100 mil anos-luz de comprimento por 30 mil de largura. E que ela é uma entre bilhões de bilhões de galáxias.
Parti do macro para o micro e voltei à Terra - este átomo minúsculo com cerca de 6 milhões de formas de vida catalogadas.
Lembrei-me dos comentários de vários cientistas que afirmam que a vida é pouquíssimo provável num raio de algumas centenas de milhares de anos-luz.
Então, do micro para o nano, e assim por diante, constatei o óbvio: de tão insignificante, eu não existo. Assim como eu, praticamente não existimos.
Neste ponto deu para chegar a uma conclusão: não seríamos amebas conjeturando sobre a vida, sua origem, desenvolvimento? Não seríamos bactérias sem noção negando uma força, uma energia, um Deus por trás de tanta incomensurável grandeza? Somos, entre todas as criaturas, sem a menor dúvida, a mais pretensiosa.
Não seria mais razoável, diante do universo ou dos universos hoje cogitados pelos astrofísicos, recolhermo-nos à nossa insignificância e guardar as devidas proporções entre o que não somos e a absurda exuberância da criação?
A criação está aí para ser contemplada, principalmente à noite, quando divisamos um átimo do que existe e foi criado. Ainda que muitos não admitam a existência de Deus, seria, pelo menos um exercício de humildade admitirmos uma energia que a tudo rege. Dar um nome, qualquer que seja, a algo ou alguém na qual reconhecêssemos uma força superior.
Pela parte que me toca, prefiro me ajoelhar e agradecer a Deus por minha vida - ela por si só um milagre.
Por mim, continuo ajoelhado, grato e comovido. Sou um milagre que coexiste com mais de 7 bilhões de outros milagres cercados por mais 6 milhões de criaturas da fauna e flora - todas reunidas em um grão de poeira azul a flutuar frágil e insignificante, mas estável e perene a 5 bilhões de anos na imensidão do cosmo.

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