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26/09/2015



General de Exército Theophilo

PITACO - Concordo com o general. Pela primeira vez o Papa Francisco me decepcionou. Entendo que não é fácil visitar alguém e em sua casa criticar a sua conduta. Em se tratando de Cuba, equivale a questionar o desrespeito aos direitos humanos e a falta de liberdade dos ilhéus. Lamento também a celebração de missa com o retrato de Che Guevara (notório assassino travestido de patriota) ao fundo. Elogio a atuação do Papa ao mediar a aproximação entre os Estados Unidos e Cuba. Mais de meio século de embargo econômico penalizou diretamente o povo cubano - ator passivo nesta contenda - e muito pouco ou quase nada aos dirigentes confortavelmente instalados no poder. A ingerência do Papa Francisco deveria, a meu ver, limitar-se à bem sucedida aproximação entre os dois países. Neca de visita à ilha. Neca de pitibiribas de confraternizar-se com os irmãos Castro. Eles só acendem vela pra Deus em ocasiões como esta. As outras são oferenda para o lado negro da força.
PAPA FRANCISCO EM CUBA
Guilherme Theophilo
No dia 19 de setembro, Mario Bergoglio, o Papa Francisco, realizou a sua primeira visita em Cuba. Durante aquela semana, a mídia nacional e internacional divulgou tudo o que se passou em razão do significado daquela visita, o que me fez acompanhar cada notícia sobre o caso. Além do seu ineditismo, a viagem ganhou relevância pois ocorreu poucas semanas após a retomada dos laços diplomáticos entre Havana e Washington, em processo impulsionado pelo pontífice.
De fato, marcante. Porém, para mim, que sou brasileiro e católico praticante, o que ficou em minha mente desse episódio foi a imagem do Papa Francisco confraternizando-se com os irmãos Castro, líderes da revolução cubana. Em uma foto de determinado meio de comunicação, vi o Papa celebrando uma missa, tendo como fundo uma figura do Che Guevara, outro líder dessa revolução e responsável por assassinatos em massa. Sinceramente, não vi coerência nisso.
Essa revolução foi um movimento armado e guerrilheiro ocorrida em julho de 1959. Segundo o "Livro Negro da Revolução Cubana", do economista Armando M. Lago, 5.621 pessoas foram fuziladas e 1.163 assassinadas extra-judicialmente. Presos políticos mortos no cárcere por maus tratos, falta de assistência médica ou causa naturais: 1.081. Guerrilheiros anti-castristas mortos em combate: 1.258. Soldados cubanos mortos em missões no exterior: 14.160. Mortos ou desaparecidos em tentativas de fuga do país: 77.824. Civis mortos em ataques químicos em Mavinga, Angola: 5.000. Guerrilheiros da UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola) mortos em combate contra tropas cubanas: 9.380. Total: 115.127 (não inclui mortes causadas por atividades subversivas no exterior).
O espantoso dessa visita é que o Papa Francisco não fez nenhuma crítica aos Castro. Diferente de João Paulo II, em 1998, e de Bento XVI, em 2012, que pediram mudanças políticas internas. “Que Cuba se abra ao mundo e que o mundo se abra a Cuba”, disse João Paulo II. Entretanto, desta feita, não houve nenhuma demonstração de apoio àqueles que lá vivem e sofrem sérias restrições. Logo o Papa Francisco, possuidor de um estilo de vida, opiniões e hábitos simples e humanos. Como católico, fiquei preocupado!
Assim, diante desse desgosto, lembrei de uma moda que vem ocorrendo no Brasil, na qual alguns políticos de ocasião ligados a guerrilheiros do passado têm lançado projetos em várias cidades brasileiras para trocar nomes de ruas, praças, pontes e até de municípios com o claro objetivo de mudar a história, reescrevê-la. Observei que essa troca de nomenclatura tem se caracterizado por dois aspectos. O primeiro é a retirada de nomes de personalidades que lutaram para evitar o comunismo e garantir a democracia no País. O segundo é a colocação de nomes de guerrilheiros que lutavam a favor da instalação do comunismo, ou seja, lutaram contra a democracia, integrando organizações armadas e terroristas, tais como a Ação Libertadora Nacional (ALN), organização liderada por Carlos Marighela. O mais surpreendente é que em alguns casos a iniciativa partiu do Ministério Público, tal como ocorreu no Rio de Janeiro, onde foi solicitado a mudança do nome da ponte Presidente Costa e Silva, mais conhecida como ponte Rio-Niterói.
Por fim, peço a Deus que ilumine o nosso papa na procura de um caminho democrático para a humanidade.

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