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29/10/2021

    PORRE

Vou tomar um porre de absinto.
Minto, vou de cana,
marvada cachaça.
Uma pra mim,
outra pro santo
pra quebrar o encanto,
quebranto
que a rezadeira
não soube rezar.
Acho vou vomitar.
Fui de vinho tinto,
retinto sangue
que me escorre
Transubstanciado
no olhar.
Que porre!
Tomei todas
e troncho
como um gambá
fedendo na cumeeira,
cambaleio
na rua nua
prá lá e pra cá.
Bebum,
rente ao meio-fio
por um fio
não cai no bueiro
que queria me levar
pro rio, pro mar.
Trás uma Orloff
ou Smirnoff.
Engasguei com o fumaça.
cof cof...
Rum com coca,
tiquira de mandioca.
Cuba libre
ou tequila.
Arriba, México!
Ops... Caramba!
Qual é o léxico
se há nexo
ao tartamudear?
Me dê um amplexo,
me ampare,
acho que vou desmaiar.
Tudo por causa dela:
uma cadela,
que não quis
me adotar.

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