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06/10/2021

ANO NOVO

Ano quem há de ser um riacho caipira
Que eu atravesse sempre dando pé.
Água de batismo onde eu readquira
A pureza de minha antiga e boa fé.
Vou querer às vezes parar um pouco
E me assentar à margem dos problemas.
Quem sabe confrontar o tempo mouco
Com o sonoro lamento dos meus dilemas.
Ano que vem vou plantar alegorias
Ou pelo menos colher as que plantei
Pra decorar a minha insipiente vida.
Se viver é apenas destacar os dias
Em um calendário que eu não criei,
Um dia ao menos com feriado coincida.

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