O Brasil é um grande túnel que não tem luz no do outro lado.Quando aparece umazinha que seja, o lado negro da força dá um jeito de apaga-la.Estas luzes raras tem vida efêmera. E quando refletem em nossos olhos esperançosos, vão se apagando tal e qual as velas que acendemos para as nossas devoções.O espermacete vira lágrima e enxagua as nossas tolas ilusões.Assim aconteceu com o Excelentíssimo DOUTOR SÉRGIO - um Don Quixote tupiniquim que encarou os poderosos moinhos de vento da corrupção e da bandalheira generalizada.Seu Sancho Pança, magrinho, usa óculos, tem cara de menino, mas não era apenas um fiel e humilde escudeiro. Seu nome é Daltan Dallagnol. Era valente e partia para cima dos cata-ventos do mal, com a mesma galhardia de D. Moro.Nosso D. Moro amava Dulcineia, casou-se com ela, mas tinha um amor igual ou maior por sua pátria mãe gentil. Foi aí que a sua fama ultrapassou fronteiras, foi homenageado mundo afora, recebeu títulos e honrarias como nunca dantes na história deste país.Despertou ciúmes e ódios inconfessáveis - principalmente de um certo militar encastelado no poder, truculento, rude e desbocado.D. Moro jamais teve aptidão para o poder. Por via das dúvidas, o malvado militar deu um jeito de reforçar os moinhos de ventos sob o seu poder e com uma pá de hélice derrubou D. Moro de Rocinante. Sancho Dallagnol Pança nada pode fazer para acudir D. Moro.Hoje ambos vivem de pequenos expedientes em moinhos de pedra onde fazem fubá e pilam arroz e feijão.O túnel continua sem luz no fim do túnel.Don Moro e Sancho Dallagnol Pança sabem que as coisas que estão ruins sempre podem piorar. Contritos persignam-se diante de Nossa Senhora Aparecida que, em sua Basílica em Aparecida no Norte, pode estar repensando se vale a pena ser a Padroeira desta infausta Terra de Santa Cruz.
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