MENESTREL
Meus olhos já não têm vida,
nada a contemplar neste belo mundo.
Os vossos que nunca me notaram
roubaram a luz que por vós irradiavam.
E se hoje vago errante pelas sombras,
a vós dedico meus pesares e martírios.
Abatido por total desesperança
hão de compreendê-los os piedosos,
Verônicas de lenços estendidos.
Quero revê-los brilhando novamente,
ainda que os vossos a outros implorem
os favores a mim negados.
Os meus, pesados de tristezas,
sem a luz e o fogo dos amores
são como tochas apagadas
sem serventia no vale que percorro
a tropeçar no breu da noite.
Meus olhos quase mortos
a última centelha a vós dedicaram,
como o pulsar da longínqua estrela
entre tantas desapercebidas.
Resta-me a vida triste como o ângelus
Proclamando a minha a solidão que soa
como um canto de amargura e morte.
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