Ocupo o meu tempo escrevendo de tudo um pouco. Como vocês sabem, ouso poesias, compartilho músicas, faço comentários gerais ; dou pitacos no atacado & varejo.
Quando os olhos ardem, a bunda dói, vou para a janela do meu apartamento e fumo um cigarro.
Lá embaixo as pessoas passam, cuidando de suas vidas, indo e vindo para o seu trabalho.
Fico imaginando para onde vão, o que fazem. Aquela jovem mulher com o seu bebê. (O homem de branco há de ser médico). Olha o caminhão do lixo e a garizada alegre catando os sacos de lixo naquela correria entre gritos e brincadeiras. Os garis são da hora. Uma velha, ops, uma idosa; o caminhão do gás sem musiquinha - graças a Deus. Enfim, um desfile de pessoas, cidadãos e cidadãs sortidos e variados.
Como tenho uma propensão para estatísticas e porcentuais, calculo que 99% são gente boa, sangue bom.
Para 100% falta 1. Este 1% é que me apavora. São o lado mal da força e estão encastelados no poder - seja na política, no escritório chique ou em qualquer outro lugar onde se nade em dinheiro feito um Tio Patinhas real.
Este 1% sempre me remete ao texto maravilhoso de Eça de Queiroz, O Povo, onde o grande escritor português exorta os poderosos a compreenderem em profundidade a grandeza do homem comum.
Uma palinha deste texto inspirado. Para bulir com o seu coração e quiça com os corações empedernidos dos poderosos: "Estes homens, nos tempos de lutas e de crises, tomam as velhas armas da Pátria e vão, dormindo mal, com marchas terríveis, a neve, a chuva, ao frio, nos calores pesados, combater e morrer longe dos filhos e das mães, sem ventura, esquecidos, para que nós conservemos o nosso descanso opulento. Estes homens são o Povo, e são os que nos defendem".
Este texto deveria ser lido (obrigatoriamente) na abertura de todas as sessões legislativas país afora - câmaras de vereadores, assembleias legislativas, e principalmente no congresso nacional. O hino nacional e uma prece seriam dispensados porque aí já seria sacanagem, tipo overdose de honra e fé, perigando dar um choque anafilático em nossos ínclitos representantes.
Toda esta minha escrevinhação, de fato, é uma tremenda perda de tempo. Eles, os poderosos raciocinam com o bolso. Suas mentes primitivas funcionam como as de filhotes de passarinho com suas suas boquinhas escancaradas, desproporcionais, no bem-bom, aguardando a comidinha que chega a toda hora trazida por papai e mamãe. Piam o tempo todo, insaciáveis. Têm fome de leões.
E de onde vem a comidinha dos lesa-pátria? Vem do enorme silo nacional. Diabo é que o silo tem furos por todos os lados, e não são aleatórios ocasionados pela ação do tempo, intempéries, corrosão. São obra dos pica-paus bico de aço em consórcio com os rato gordos e ociosos. O combinado funciona assim: eu furo, você furta e a gente se damos bem.
O diabo atrás da moita, todo feliz, bate palminhas, contabilizando a penca de almas pule de 10 para os seus caldeirões.
Minha esperança é a de que haja um castigo. Quero crer que os pica-paus e ratos, hão de se haver. um dia, nem que seja no último, no final dos tempos, com o Tribunal Superior - e ponha superior nisso.
Se o houver apocalipse; se as trombetas soarem, penso que todos nós, homens de bem, seremos resgatado para o céu.
A fila do mal há descer por uma escada em caracol para o inferno, onde percorrerá os 9 círculos de Dante, onde pagarão por suas infâmias per omnia saecula saeculorum.
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