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04/05/2021

 Após um "acabou, não dá mais para continuar", fui pra casa. Apaguei as luzes da sala e acendi o abajur de pedestal. Rasguei a foto dela para não revê-la em momentos de fraqueza. Dose dupla de uísque. Acendi o cigarro. Liguei a poderosa vitrola Telefunken. Coloquei o meu LP do The Platters. Os primeiros acordes de My Prayer. Lágrimas redundantes erodiram o peito dilacerado.

Sobrevivi.
Nunca mais aconteceu de novo. Nunca mais daquele jeito. Fiquei comedido para os amores futuros.
O primeiro amor é infarto que não mata. Ainda assim, vira e mexe, dá vontade de me apaixonar de novo.

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