CARTA DO ACERVO DO INSTITUTO LULA
Coritiba,1 de maio de 2019
quirida Greice.
Amanhã é dia do trabaio, dia dos cumpanheru trabalhadô e eu aqui puxanu eça cana braba.
Ainda astrodia eu tava por cima da carne seca, prisidente da republica, fazenu e acontecenu cus cumpanheru empreitero e chegados da petrobras, fazenu colisão com os cumpanheru comunista para gente ficarmos pra sempri no podê.
Veja a minha cituasão, quirida. A imprensa nem se alembra mais de eu. Num tô mais nos jornal, nas rádias e neim mermo nos almanaque de farmacia. Tô mais largado do que mimdingu im baixo de viaduto.
Tô pensanu até em dar um tiro nuszovido ou intão tomá um guaraná cum fornicida. Num guento mais.
Vê socê discobre a quantas anda os otros trocentos processu contra eu. Si esses processo fô pra frente, quirida, tô fudidu e mau pago.
O que me conçola nessa solidão é teu retrato (aquele nude qui tu mandô pra eu quando a minha correspondença ainda passava sem revista pelos meganha da PF.
Deixa está, cumpanhera... Um dia eu saiu daqui e dô a vorta por cima. O povo ainda gosta de eu e gente vamus junto ganhá as proxima inleição. Vô rebaxá esse capitão de merda a cabo, tiranu sirviçu de sintenela no inverno (pelado).
Vô para de chorá as pitanga e falá de nóis. Ocê ainda me ama ô mudô de lado ingual a corriola que me puxava o saco em Brasília?
Me arresponda, quirida. Nessas noite de frio é nocê co penso.
Confesso procê que as veiz apelo e te omenajeio.
Si tu pudé dá um cala boca nos carcereru me manda pra eu umas garrafa de marafo, alguns gibi e uma calcinha tua, mô.
Se saudade matasse eu me suicidava de cum força.
Otra coisa, bein: vê si os meus mininu tão tocando as fazenda nos conforme. Diz pru lulinha pra pará de vendê vaca pra mané. O joesley compra dele sem pobrema - naquela nosso isquema.
Troncho de saudade de tu, subscreto... susbiscrevo-se... Tchau, amor.
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