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27/10/2020

 SEM SAÍDA


De que me adianta sempre fugir
De tudo que à minha vida atormenta?
Mais adiante é misterioso porvir
E do passado nada se sustenta.

O humor da sorte é sempre incerto
E a arma pode até não disparar.
Giro o tambor sem saber ao certo
Em que momento a morte vai detonar.

Melhor fechar os olhos e botar a venda;
Dormir um pouco, roubando do tempo
Umas poucas horas que não vi passar.

Pode ser que em sua indiferente agenda
Ele não anote mais nenhum tormento
Com data em vermelho a me circular.

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