OPINIÃO
No jornal Nacional de ontem, uma reportagem me deixou estarrecido.
Versava sobre as escalas de voo desumanas a que são submetidos os pilotos de nossas grandes empresas.
Diálogos entre os comandantes davam conta de exaustão. Um deles comentava que havia dormido apenas duas horas e fora escalada para mais um voo.
Em seguida as explicações de praxe e a alegação de que medidas precisam ser tomadas para preservar a integridade física dos tripulantes e relação direta desta com a segurança de voo. Neste sentido, projetos de lei precisam ser implementados para regulamentar as escalas e garantir a segurança de aeronautas e passageiros. Blá blá blá...
Aí eu me pergunto: e a ANAC? A agência não foi criada justamente para fiscalizar as empresas? Pra que perder tempo com as tramitações-tartaruga no congresso? A bendita agência não tem poderes para agir de pronto tão logo uma irregularidade seja constatada?
A revoada continua. Aviões cruzam o Brasil em todos os sentidos. A qualquer momento um voo é sorteado na loteria da morte. Catapimba.
O acidente aéreo de grande proporção repercute mais do que as 50 mil mortes anuais em nossas rodovias.
Edições extraordinárias pipocam na mídia. Clamor geral. Horror. Tragédia. Tragédias anunciadas.
A ANAC precisa justificar a sua plácida inexistência sob pena de se transformar em Agência Nacional de Aviação Catastrófica.
Dureza é que depois que o local do acidente for esquadrinhado e os laudos da aeronáutica, meses depois, tim tim por tim tim derem conta das razões pelas quais se deu o evento, tudo volta ao normal e a gente pede a Deus para não voar mais cedo para o paraíso ou precipitar-se no inferno.
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