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03/07/2020

TRAVESSIA
Das pedras mostrem-me o caminho
Alguém que entenda de perigo.
Tenho medo e por andar sozinho
Vivo me afogando neste rio antigo.
Viver é por demais perigoso.
Se eu pudesse retrocederia,
Parava o relógio desditoso
E o tempo não atravessaria.
Não tem jeito e sem remédio
Dou a mão a um anjo indiferente,
Nada a ver com o antigo tão zeloso.
Vejo o outro lado e o tédio
Me encoraja a ir em frente.
Nada a perder, vivo de teimoso.

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