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18/07/2020

SAUDADE
Insólita visita (hora incerta)
Sem convite algum se insinua.
Entra pela porta sempre aberta,
Certa de que minha casa é a sua.
Na parede o costumeiro calendário
Tem data circundada em vermelho,
Como se fora o meu aniversário
Anotado com batom no seu espelho.
Um retrato pendurado na parede
E o tempo que a tudo empoeira
Se ri das tentativas da flanela.
A saudade lança a sua rede,
Resgata a lembrança derradeira
E a debruça para sempre na janela.

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