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31/07/2020

Versinho cara de pau
A justiça perdeu a compostura
e se locupleta acima do teto.
Combate alto salário de desafeto
e multiplica o seu na cara dura.
HORÓSCOPO PARA AGOSTO
Professor Astrolábio
Como 2020 não conta e é um ano para se esquecer, a vida continua e os astros não estão nem aí para o traste do vírus.
ASSIM, HORÓSCOPO DE AGOSTO DO ANO PASSADO VALE PARA O 'ANUS' EM CURSO.
O astral está naqueles dias!... Os quadrantes interpenetram-se sem o menor pudor, órbitas parecem ter puxado fumo, e até o sol, normalmente esquentado mas cordato, tem tido explosões de arrepiar a Via Lactea.
É agosto - um mês que não se cheira, aspira ou injeta.
Perdoem-me os nascidos neste mês, mas agosto é f..., tem ziquizira, encosto e mau-olhado desde Gaius Iulius Caesar Octavianus Augustus, que não foi besta e nasceu em setembro.
Logo, sacanearam Augusto e agosto deveria ser Setembrino. Arre égua!
Na próxima encarnação, façam um combinado com a Divindade Suprema e peçam para incluir agosto fora do calendário.
Resumo do funk sideral: deu merda cósmica e até buraco negro sugou-o (graças a Deus) para vomitá-la sabe-se lá onde...
AMOR - Benzam-se, façam figa e usem aquele escapulário que voinha deu. Casados, juntos e misturados e amigados vão sair no pau.
Vejo separações, divórcios, desquites - todos com cenas lamentáveis, barracos e grossa pancadaria, com direito a dedo no olho e voadoras tipo Ted Boy Marino (lembram-se dele?)
TRABALHO - Segure o seu pelo rabo porque os respectivos chefes querem botar nos seus...
DINHEIRO - Indo célere pelo ralo, levando junto as suas economias, pés de meia, cofrinhos de cerâmica, potes de geleia e até o colchão centenário de seu voinho - condomínio de ácaros, pulgas e percevejos.
SAÚDE - No CTI, entubada e com previsão de alta alta só quando setembro vier.
Thats all folks.

26/07/2020

Summertime

MIRAGENS
Meus olhos pesam de tristeza,
Não passam a clareza desse bem
Que me arrasta pela correnteza
De um dilúvio que de dentro vem.

O amor que sinto é martírio,
Cruz que me fere os ombros;
Arde como febre e em meu delírio
Divago por pesadelos e assombros.

Buscam por você que foi embora
Deixando versos que a procuram
e justificam minha demência.


Toda a luz que reluziu outrora
Hoje são sombras que se transfiguram
Em miragens, delírios, inclemência.

Arpi Alto - Happy, Happy, Birthday Baby (Cover)

24/07/2020

Está circulando uma fofoca afirmando que 2 ministros do supremo mordem a fronha de com força.
A se confirmar, o STF Agora tende a virar uma sopinha de letras pornô:
STFLGBT.
CUZES!

23/07/2020

Versim X + Y
Sou mesmo uma incógnita ambulante,
quase o quadrado da hipotenusa.
Ainda há pouco era um ruminante
e dilma minha fessora e musa.
Versim azarado
A América têm o presidente que ninguém merece:
Trump é safado, racista e escroque.
Só nos resta penitência, novena e prece
pra sairmos do estado de choque.
O peixe e Bolsonaro morrem pela boca. O peixe não tem desculpa porque é um animal racional.

22/07/2020

SORTE
Desliguei a TV.
Estiquei os braços
e bocejando
fui para o nosso quarto.
Tropecei na cômoda, xinguei
enquanto abria a gaveta.
Meu pijama por cima
muito bem dobrado,
cheiroso, perfumado.
Sentei na cama.
Você dormia como uma menina.
De leve, com as costa da mão,
toquei o lado do teu rosto
iluminado por um invasivo
raio de luar.
Você ressonava,
soprou uma peninha
e ressonando, sorria.
Do mesmo jeito
que amanhece o dia
e um sol me aquece
sorrindo ao teu beijo
de bom dia.
E de madrugada
nas horas vadias
um amor enorme:
fortes abraços,
quentes mormaços,
pequenos gestos
que eu não mereço
todo santo dia.
Todo dia é santo
na doce entrega
entroniza-me
nos dias santos,
abençoados
por tua companhia.
Sou teu homem.
Cuida de mim
com este zelo
dedicado
ao teu menino.

URGÊNCIA
Preciso resolver esta saudade com urgência.
Enquanto é tempo preciso compreender
Qual o motivo e a razão desta demência
Que insiste em me enlouquecer.
Preciso seguir em frente, viver.
Preciso do presente e do agora.
Mas vivo em vida a morrer
Bem antes que eu vá embora.
E volto à praça e ao banco
Onde um dia um beijo te roubei
Selando para sempre a minha sorte.
Agora revisito o tempo em branco
E abraço o vazio que eu deixei
Negar em vida a minha morte.

20/07/2020

Resultado de imagem para fotos de calopsitasHoje assisti um vídeo sobre calopsitas. Para mim elas são cachorros com asas.
Lembrei do meu Carlim, minha calopsita que morreu há 5 anos. Ele assobiava o hino do meu Flusão, fiu-fiu e outro proezas sonoras. Adorava um ombro amigo e no meu se empoleirava para dar um rolê pela casa, na rua ou então de carro, em cima da tampa do porta-malas.
Carlim dava o sinal de intrusos na área antes que lua e petra latissem entregando a presença de estranhos. Para ele todo mundo era intruso e como os gansos de Roma, punha o bico no trombone.
Juju (sua namorada) ficou viúva e ficou pousada no poleiro feito estátua. Quase não se mexia de tanta tristeza.
Estava viajando, e quando voltei, Belinha, minha neta, me deu a notícia da morte de Carlim.
Choramos juntos. Ela de verdade, aos soluços, e eu me fazendo de forte, chorando por dentro como me ensinaram quando eu menino. Homem não chora.
Faz parte da vida conviver com a morte de vivente, com ou sem asas. Todos voam um dia. Muitos pousam na saudade.
A morte de Carlim doeu-me mais do que a morte de muita gente. Carlim voou para o paraíso das calopsitas.
Sinto falta da presença doce de Carlim. Me dei conta que a morte pode ser sentida como antigamente. Belinha me ensinou a reencontrar o coração de menino.
A morte de Carlim e a sensibilidade virgem de Belinha deram uma geral no meu coração.
Aprendi com a minha netinha que a dor se consola na saudade. E de um jeito doce - apesar de lágrimas amargas e do sal da vida.