A justiça perdeu a compostura e se locupleta acima do teto. Combate alto salário de desafeto e multiplica o seu na cara dura.
HORÓSCOPO PARA AGOSTO
Professor Astrolábio
Como 2020 não conta e é um ano para se esquecer, a vida continua e os astros não estão nem aí para o traste do vírus. ASSIM, HORÓSCOPO DE AGOSTO DO ANO PASSADO VALE PARA O 'ANUS' EM CURSO. O astral está naqueles dias!... Os quadrantes interpenetram-se sem o menor pudor, órbitas parecem ter puxado fumo, e até o sol, normalmente esquentado mas cordato, tem tido explosões de arrepiar a Via Lactea. É agosto - um mês que não se cheira, aspira ou injeta. Perdoem-me os nascidos neste mês, mas agosto é f..., tem ziquizira, encosto e mau-olhado desde Gaius Iulius Caesar Octavianus Augustus, que não foi besta e nasceu em setembro. Logo, sacanearam Augusto e agosto deveria ser Setembrino. Arre égua! Na próxima encarnação, façam um combinado com a Divindade Suprema e peçam para incluir agosto fora do calendário. Resumo do funk sideral: deu merda cósmica e até buraco negro sugou-o (graças a Deus) para vomitá-la sabe-se lá onde...
AMOR - Benzam-se, façam figa e usem aquele escapulário que voinha deu. Casados, juntos e misturados e amigados vão sair no pau. Vejo separações, divórcios, desquites - todos com cenas lamentáveis, barracos e grossa pancadaria, com direito a dedo no olho e voadoras tipo Ted Boy Marino (lembram-se dele?)
TRABALHO - Segure o seu pelo rabo porque os respectivos chefes querem botar nos seus...
DINHEIRO - Indo célere pelo ralo, levando junto as suas economias, pés de meia, cofrinhos de cerâmica, potes de geleia e até o colchão centenário de seu voinho - condomínio de ácaros, pulgas e percevejos.
SAÚDE - No CTI, entubada e com previsão de alta alta só quando setembro vier. Thats all folks.
Está circulando uma fofoca afirmando que 2 ministros do supremo mordem a fronha de com força.
A se confirmar, o STF Agora tende a virar uma sopinha de letras pornô:
STFLGBT.
CUZES!
23/07/2020
Versim X + Y
Sou mesmo uma incógnita ambulante, quase o quadrado da hipotenusa. Ainda há pouco era um ruminante e dilma minha fessora e musa.
A América têm o presidente que ninguém merece: Trump é safado, racista e escroque. Só nos resta penitência, novena e prece pra sairmos do estado de choque.
O peixe e Bolsonaro morrem pela boca. O peixe não tem desculpa porque é um animal racional.
22/07/2020
SORTE
Desliguei a TV. Estiquei os braços e bocejando fui para o nosso quarto. Tropecei na cômoda, xinguei enquanto abria a gaveta. Meu pijama por cima muito bem dobrado, cheiroso, perfumado. Sentei na cama. Você dormia como uma menina. De leve, com as costa da mão, toquei o lado do teu rosto iluminado por um invasivo raio de luar. Você ressonava, soprou uma peninha e ressonando, sorria. Do mesmo jeito que amanhece o dia e um sol me aquece sorrindo ao teu beijo de bom dia. E de madrugada nas horas vadias um amor enorme: fortes abraços, quentes mormaços, pequenos gestos que eu não mereço todo santo dia. Todo dia é santo na doce entrega entroniza-me nos dias santos, abençoados por tua companhia. Sou teu homem. Cuida de mim com este zelo dedicado ao teu menino.
URGÊNCIA
Preciso resolver esta saudade com urgência. Enquanto é tempo preciso compreender Qual o motivo e a razão desta demência Que insiste em me enlouquecer.
Preciso seguir em frente, viver. Preciso do presente e do agora. Mas vivo em vida a morrer Bem antes que eu vá embora.
E volto à praça e ao banco Onde um dia um beijo te roubei Selando para sempre a minha sorte.
Agora revisito o tempo em branco E abraço o vazio que eu deixei Negar em vida a minha morte.
Hoje assisti um vídeo sobre calopsitas. Para mim elas são cachorros com asas. Lembrei do meu Carlim, minha calopsita que morreu há 5 anos. Ele assobiava o hino do meu Flusão, fiu-fiu e outro proezas sonoras. Adorava um ombro amigo e no meu se empoleirava para dar um rolê pela casa, na rua ou então de carro, em cima da tampa do porta-malas. Carlim dava o sinal de intrusos na área antes que lua e petra latissem entregando a presença de estranhos. Para ele todo mundo era intruso e como os gansos de Roma, punha o bico no trombone. Juju (sua namorada) ficou viúva e ficou pousada no poleiro feito estátua. Quase não se mexia de tanta tristeza. Estava viajando, e quando voltei, Belinha, minha neta, me deu a notícia da morte de Carlim. Choramos juntos. Ela de verdade, aos soluços, e eu me fazendo de forte, chorando por dentro como me ensinaram quando eu menino. Homem não chora. Faz parte da vida conviver com a morte de vivente, com ou sem asas. Todos voam um dia. Muitos pousam na saudade. A morte de Carlim doeu-me mais do que a morte de muita gente. Carlim voou para o paraíso das calopsitas. Sinto falta da presença doce de Carlim. Me dei conta que a morte pode ser sentida como antigamente. Belinha me ensinou a reencontrar o coração de menino. A morte de Carlim e a sensibilidade virgem de Belinha deram uma geral no meu coração. Aprendi com a minha netinha que a dor se consola na saudade. E de um jeito doce - apesar de lágrimas amargas e do sal da vida.