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24/03/2018

DESSE JEITO
Uma sinfonia de Beethoven
um poema de Drummond
um choro do Pixinguinha
uma valsa do Zequinha
e uma caixa de bom-bom
Muita sede e um copo d'água
Prato fundo
garfo e faca
e uma fome de leão
Uma baita feijoada
Laranja couve e farofa
e batida de limão
Fla x Flu
Gol do Fluminense
de barriga ou de mão
Escandaloso impedimento
que o juiz e o bandeirinha
fizeram de conta que viram
mas não viram nada não.
Véu da noiva
Nélson e Ziembinsky
Partiu emoção
Comida mineira e cachaça
serenata e lua cheia
Goiabada e queijo
e moça no balção
Buraco em família e trapaça
morto que te quero morto
Mudei o carteado
e blefei de montão.
Matinê e seriado
pipoca e gibi
Romance
água com açúcar
Madame Delli.
Rádio novela
Rádio Nacional
Izabel Cristina
e Albertinho limonta
que nem de longe sonhava
que era o neto sumido
de D. Rafael
Zamora de Juncal.
Jerônimo meu herói
Moleque Saci
Ambos os dois
juntos e misturados
perseguindo o caveira
em noite de lua cheia
sob o luar do sertão.
Rapadura e garapa
doce de leite
manga com leite
isto não tomo , não.
Namoro na praça
bandinha e coreto
algodão doce
e quebra-queixo
Fiquei de queixo caído
por conta da morena jambo
que passou de supetão.
Meu coração ateu
foi na hora convertido
abençoado e ungido
pelo cupido arqueiro
Guilherme Tell brejeiro
que acertou em cheio
a mosca do meu coração.
Desse dia em diante
vivo o inferno de Dante
e de inferno em inferno
vou subindo ao paraíso
ainda que impreciso
porque ainda não morri
Tudo de bom nesta vida
não se compara à hora
de te encontrar no portão
da casa onde você mora
dentro do meu coração.

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