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17/03/2018

PLATÔNICO
Com paciência vigio a janela,
Espero, aguardo e não me entedio.
Bem sei que basta uma vela
A devassar um coração sombrio.
Tua silhueta contra o fundo de luz
Resplandece e em mim emoldura
Os tons claros e escuros, supus,
Na tela de minha amargura.
Teu vulto assombra a madrugada;
Vago por ruas, vielas e becos vadios
Sonhando que era meu o teu suspiro.
Minha ilusão desencantada
Bem sabe que somos tardios
E se afasta enquanto deliro.

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