AMOR Á CAMISA: UMA DEVOÇÃO FORA DE MODA.
No meu tempo de garoto e depois, já adolescente, os times de futebol mantinham seu respectivos plantéis por quase uma década.
Sabíamos a escalação de cor e salteado. As contratações eram esporádicas e quando aconteciam eram motivo de resenhas em cada esquina das capitais e cidades do interior.
Havia um vínculo profundo entre jogadores e as agremiações.
Não se beijava o escudo a cada gol, desmascarando a encenação comprovada ao aceno dos primeiro maço de euros ou dólares de clubes estrangeiros.
Após a copa de 94 e o início da revoada para a Europa, a ponta de linha das camisas foi sendo desfiada restando somente o escudo antes palpitante do lado esquerdo do peito. O amor, antes implícito, coisa antiga a ser contada em prosa e verso.
Os jogadores eram acessíveis na portas dos hotéis do interior, rodeados pela molecada e por torcedores de todas as idades.
Usavam roupas comuns, agasalhos ou camisas de treinamento e chinelas de dedos comuns.
Hoje, caricatos, usam bonés ao contrário, com as abas para trás, correntões de ouro e os indefectíveis fones de ouvido maiores do que as orelhas do Dumbo.
Comprei o Lance de hoje e li uma excelente crônica do jornalistas esportivo Eduardo Tironi, com o título "jogadores mandam" e subtítulo "atletas passaram a dar as cartas".
Tironi critica com veemência a falta de gratidão com os clubes formadores de talento.
Acrescento o óbvio: a maioria deles de origem humilde, semi-analfabetos, sem eira nem beira.
Um dia apareceram nos clubes, passaram pela peneira. Uns poucos foram aproveitados, seus dentes tratados, as refeições balanceadas, dormitórios simples mas limpos; médicos, check-ups, preparadores físicos e fisioterapeutas foram disponibilizados para o condicionamento dos futuros profissionais.
Voltando ao presente, meu clube, meu querido Fluminense, há dias aguarda a honrosa presença de Gustavo Scarpa, meia talentoso, revelado por meu tricolor.
O Fluminense deve dois meses de salário e 4 meses de direito de imagem ao jogador.
Scarpa ganha, por baixo, uns 150 mil por mês, e seguramente não passa por dificuldades para sobreviver ou a honrar seus compromissos pessoais. (Meu filho, Engenheiro Eletricista especializado em treinamento para a operação de sala de controle de usina nuclear, ganha mais ou menos esta quantia por ano).
Scarpa está na alça de mira de vários clubes brasileiros e de um clube europeu.
Scarpa não aparece e o Flusão está no córner sob ameaça de chantagem.
Caso tudo termine bem, amém. Caso contrário, Scarpa vá pra puta que o pariu ou para Portugal, uma coisa é certa: da ingratidão nenhum clube SCARPA.
Sabíamos a escalação de cor e salteado. As contratações eram esporádicas e quando aconteciam eram motivo de resenhas em cada esquina das capitais e cidades do interior.
Havia um vínculo profundo entre jogadores e as agremiações.
Não se beijava o escudo a cada gol, desmascarando a encenação comprovada ao aceno dos primeiro maço de euros ou dólares de clubes estrangeiros.
Após a copa de 94 e o início da revoada para a Europa, a ponta de linha das camisas foi sendo desfiada restando somente o escudo antes palpitante do lado esquerdo do peito. O amor, antes implícito, coisa antiga a ser contada em prosa e verso.
Os jogadores eram acessíveis na portas dos hotéis do interior, rodeados pela molecada e por torcedores de todas as idades.
Usavam roupas comuns, agasalhos ou camisas de treinamento e chinelas de dedos comuns.
Hoje, caricatos, usam bonés ao contrário, com as abas para trás, correntões de ouro e os indefectíveis fones de ouvido maiores do que as orelhas do Dumbo.
Comprei o Lance de hoje e li uma excelente crônica do jornalistas esportivo Eduardo Tironi, com o título "jogadores mandam" e subtítulo "atletas passaram a dar as cartas".
Tironi critica com veemência a falta de gratidão com os clubes formadores de talento.
Acrescento o óbvio: a maioria deles de origem humilde, semi-analfabetos, sem eira nem beira.
Um dia apareceram nos clubes, passaram pela peneira. Uns poucos foram aproveitados, seus dentes tratados, as refeições balanceadas, dormitórios simples mas limpos; médicos, check-ups, preparadores físicos e fisioterapeutas foram disponibilizados para o condicionamento dos futuros profissionais.
Voltando ao presente, meu clube, meu querido Fluminense, há dias aguarda a honrosa presença de Gustavo Scarpa, meia talentoso, revelado por meu tricolor.
O Fluminense deve dois meses de salário e 4 meses de direito de imagem ao jogador.
Scarpa ganha, por baixo, uns 150 mil por mês, e seguramente não passa por dificuldades para sobreviver ou a honrar seus compromissos pessoais. (Meu filho, Engenheiro Eletricista especializado em treinamento para a operação de sala de controle de usina nuclear, ganha mais ou menos esta quantia por ano).
Scarpa está na alça de mira de vários clubes brasileiros e de um clube europeu.
Scarpa não aparece e o Flusão está no córner sob ameaça de chantagem.
Caso tudo termine bem, amém. Caso contrário, Scarpa vá pra puta que o pariu ou para Portugal, uma coisa é certa: da ingratidão nenhum clube SCARPA.
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