VENHA

Vem, venha...
Como a brisa fresca, súbita, na tarde abafada
Como a carta esperada, que não vem mais
Venha como a esperança última
a maria fumaça que aponta
na curva da estação em festa
Vem, venha...
Como o navio crescendo no horizonte
como a notícia da prisão do lula
o fechamento do congresso
e a reconstrução do Brasil
Venha...
Como o perdão me redimir
como sol de hoje
me trouxe mais um dia
e a lua um suspiro
Venha como presente no sapatinho
que nunca veio
mas trouxe a fantasia
Vem...
com a inspiração
e o verso manco mas sincero
Venha
Como o gol aos 48 do segundo tempo
o feriado na segunda
e a alta no CTI
Venha... te espero no portão
na estação
no porto
no aeroporto
A emoção me seca a boca
Meu coração fibrila
corro risco de vida
Vem
Venha
enquanto há tempo
Quero proclamar um sonoro
já não era sem tempo