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01/11/2018

NOS BASTIDORES
- Celso, meu preclaro par...
- Pois não, pedantinho, digo, Marco Aurélio. Parece-me deveras contrariado.
- Com efeito, meu caro. O capitãozinho nomeou Ministro da Justiça aquele garoto impertinente do Parana.
- Tomei conhecimento...
- Pois veja você que estou aniquilado.
- Ora pois, acalme-se, pedan... Marco. Constato que almejavas o cargo, pois não?
- Nossas experiências foram às favas.
- Veja pelo lado positivo, meu caro. Poderia ter sido pior?
- Como assim?...
- Poderia ter sido o Toffoli.
- Neste caso suicidar-me-ia de pronto.
- Não cogite esta alternativa deveras extremada. Você é um dos pilares do nosso egrégio tribunal.
- Data venia, alea jacta est. Antes que o astro rei se ponha, sorverei uma vitamina de manga com leite.
- Pondere, meu caro. Não lhe cairia bem por termo à sua vida de modo tão chulo. Que seja com cicuta, a exemplo do grande Sócrates.
- Ora pois!...
- E mais lhe digo, sic transit gloria mundi. Dias melhores advirão e seus méritos hão de ser coroados com um cargo à altura do seu conhecimento enciclopédico.
- Ainda hoje, no mais tardar ao crepúsculo, hei de decidir-me entre a existência e o passamento. Quando penso que, por ocasião de cerimônias, terei que tecer loas e fazer rapapés para o garoto de Curitiba, tenho náuseas e esgares de sarcasmo. O vida, oh céus. Quosque tandem, princeps, abutere pacientia nostra?
- Invidia sugit, Ipso facto.
- Quod?
- Nada, meu caro.

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