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03/08/2017

Acabei de assistir à segunda temporada de Narcos.
Lembrei-me do noticiário da época em que a Colômbia era refém do monstruoso Pablo Escobar.
Medellin era bem pior que o Rio de Janeiro de hoje. Assassinatos, atentados, mortes no varejo e no atacado. Escobar reinava pelo terror, usando métodos hediondos e chegando ao cúmulo de intimidar a justiça a ponto dos juízes presidirem julgamentos usando máscara.
Aí, divagando sobre a barbárie, me dei conta que os nossos corruptos: políticos (principalmente), empreiteiros, funcionários públicos, doleiros e outros, usando métodos menos explícitos, são da mesma laia dos narcotraficantes colombianos.
São responsáveis por milhares e milhares de mortes quando desviam recursos públicos destinados à segurança pública, saúde, infraestrutura. Resultado: mortes nas cidades, em qualquer lugar, em qualquer esquina; no campo, antes distante da violência, quase equiparando brasileiros e brasileiras ao gado no corredor da morte dos matadouros ou expostos á loteria macabra a qualquer momento sorteando um de nós para o andar de cima.
Na saúde, a morre ronda as macas enfileiradas nos corredores de hospitais desaparelhados, carentes de equipamentos, medicamentos e pessoal.
Na infraestrutura, nas obras sempre adiadas, os gestores têm convênio com o vulto negro de ceifadora em riste, garantindo à macabra figura farta colheita nas estradas em ruínas e sem sinalização.
Não me esqueci da educação criminosamente negligenciada, encaminhando jovens à marginalidade e às mortes precoces. Na melhor das hipóteses nossa juventude excluída está condenada ao subemprego e à total falta de perspectiva.
Em resumo, nossos engravatados genocidas continua bebendo uísque em nossas crânios, totalmente insensíveis ao sofrimento da população.
Precisamos reagir. Pela parte que me toca, gostaria de botar pra quebrar, mas não tenho mais idade para tanto. Resta-me rugir como um leão velho que já não assusta ninguém. Como a espada não é alternativa possível, resta-me, entretanto, a minha humilde e insignificante pena e a esperança de que outras se somem à minha formando invencíveis falanges, como as de Alexandre Magno, para derrotar o poderoso inimigo que vem nos infringindo derrotas sucessivas.
Com a votação de ontem, mais uma vez fomos vencidos pelas hordas bárbaras. Mais uma batalha perdida. Não há de ser esta a definitiva e os deuses da guerra ainda levantarão nossos estandartes triunfantes sobre os corpos dos inimigos aniquilados.

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