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29/08/2017

ESCRAVO
Nos porões desta nau degradante
Cruzei todos os mares da loucura
Até o cais onde aportei ofegante
Ainda livre do jugo que me transfigura
Agora escravo de vossa beleza, senhora
Arrasto os grilhões e o meu lamento
Sem saber ao certo a que hora
vais me punir com o livramento
Em vossas mãos está o meu destino
Se é que assim se entende a sorte
De quem há muito perdeu o tino
E se compraz em servir a quem lhe fere
E de bom grado se entrega à morte
Cuja sentença eu mesmo assino

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